O médico baiano Marcio Freitas, que acumula mais de 99 mil seguidores nas redes sociais, foi alvo de um golpe financeiro dentro da própria clínica, em Feira de Santana, a 120 km de Salvador. Segundo o cirurgião plástico, a gerente do setor administrativo da empresa desviou mais de R$ 100 mil de pagamentos dos pacientes. O caso é investigado pela Polícia Civil.
O esquema funcionava da seguinte maneira: o médico atendia os pacientes e os encaminhava para a suspeita, que era responsável por calcular e controlar todos os pagamentos. Ela, no entanto, desviava parcialmente os valores. Em um dos casos, a operação custou R$ 30 mil e ela desviou R$ 20 mil. Em outra situação, cuja cirurgia vai acontecer nesta quarta-feira (16), o custo total foi de R$ 17 mil e o desvio, R$ 15 mil.
“Ela era minha funcionária há cerca de cinco anos. Era de extrema confiança. Mas [também] foi uma falha minha, por falta de controle. Eu não controlava as entradas dos cartões”, lamenta o médico.
A descoberta aconteceu por acaso e não se sabe ainda quantos pacientes fizeram as transferências fraudulentas e desde quando acontece o golpe. “Descobri por coincidência porque ano passado fiz um valor mais em conta para um amigo do meu pai. Depois disso, em uma conversa normal, eles notaram as inconsistências e falaram comigo”, conta.
Freitas publicou um vídeo nas redes sociais alertando os pacientes e outros médicos do que estava acontecendo. Ele pediu para que seus pacientes checassem os pagamentos e entrassem em contato para ter uma noção do quanto foi desviado. Ainda chamou atenção de outros profissionais da saúde que não têm controle sobre as finanças.
Dinheiro foi gasto com Jogo do Tigrinho
O cirurgião prestou queixa na terça-feira (15). Ele chegou a ter uma reunião com a suspeita na última sexta-feira (11), mas a mulher teria pedido tempo para esclarecer a situação. Na segunda (14), voltaram a se encontrar, mas sem acordo.
Marcio contou que o advogado da ex-funcionária disse que ela não poderia devolver o dinheiro porque gastou com viagens e apostas online, como o Jogo do Tigrinho.
“Minha primeira reação foi averiguar tudo primeiro e já começar a afastar ela de algumas atividades, evitar que ela fizesse algumas coisas. A equipe toda ficou decepcionada, estarrecida”, declarou o cirurgião. “Por isso é importante que os colegas se atentem, porque muitos agem dessa forma, sem controle das entradas”, ressaltou.
A reportagem entrou em contato com a suspeita do crime para ter esclarecimentos sobre o caso, mas não recebeu retorno até a última atualização da matéria. O espaço segue aberto.