As autoridades da Tailândia prenderam nesta terça-feira (15) uma mulher de 35 anos, identificada como Wilawan Emsawat — conhecida pelo apelido “Golf” — sob suspeita de seduzir e chantagear monges budistas, incluindo membros do alto escalão monástico. O caso, que gerou grande repercussão no país, envolve acusações de extorsão, lavagem de dinheiro e receptação de bens roubados.
Segundo a polícia, Wilawan teria mantido relações íntimas com ao menos nove monges, incluindo abades seniores, violando os votos de celibato exigidos pela tradição budista Theravada. Como consequência, todos os religiosos envolvidos foram afastados de suas funções nos templos.
A investigação aponta que, ao longo de três anos, Wilawan teria recebido cerca de 385 milhões de baht (aproximadamente R$ 65 milhões) em suas contas bancárias, provenientes de transferências feitas por monges. Boa parte do valor teria sido utilizada em apostas online, segundo a polícia.
As autoridades descobriram o esquema após rastrearem uma transferência feita por um monge sênior, com origem na conta bancária de seu templo, até Wilawan. À imprensa local, a mulher alegou ter tido um relacionamento afetivo com o monge e disse que chegou a dar dinheiro a ele.
A polícia informou que a suspeita visava propositalmente monges influentes, com o objetivo de obter ganhos financeiros. Foram identificadas várias transações envolvendo altas quantias de dinheiro e iniciadas após envolvimentos pessoais entre ela e os religiosos.
Durante a investigação, os agentes localizaram no celular da acusada um grande volume de material comprometedor, incluindo dezenas de milhares de fotos e vídeos, além de registros de conversas íntimas com diversos monges.
O caso veio à tona após a saída inesperada de um conhecido abade de um templo em Bangcoc. De acordo com a polícia, Wilawan teria ameaçado o religioso ao afirmar que estava grávida e exigido o pagamento de 7,2 milhões de baht (cerca de R$ 1,2 milhão) como “apoio financeiro”.
Na tradição budista Theravada, predominante na Tailândia, os monges devem seguir regras estritas de conduta, incluindo o voto de celibato e a proibição de contato físico com mulheres. A violação desses princípios pode levar à expulsão da ordem monástica.