Uma influenciadora digital causou polêmica nas redes sociais após divulgar, em um vídeo no TikTok, que transformou o quarto da filha de 9 anos em um escritório para o e-commerce da família e passou a fazer a menina dormir na varanda do apartamento onde vivem.
A justificativa da mãe, Gabriela Lins, que mora com o marido em um imóvel de dois quartos, foi de que o quarto maior era necessário para instalar a estrutura da loja virtual. O casal então ficou com o quarto menor e adaptou a varanda para ser o novo espaço da filha.
Segundo ela, foram investidos cerca de R$ 10 mil na transformação, incluindo cortina de vidro, blackout e uma nova televisão. Mesmo assim, o vídeo gerou uma onda de críticas nas redes. “É, realmente tem gente que não nasceu para ser mãe”, escreveu um internauta. Outro afirmou: “Tem pais que odeiam os filhos”. “Coloca um pratinho de água e comida”, ridicularizou outra, dizendo que ela estaria tratando a criança como um cachorro.
Além disso, muitos apontaram riscos à segurança e ao bem-estar da criança, incluindo o fato de que a varanda está ao lado de uma condensadora de ar-condicionado, o que pode comprometer a saúde. Também chamou atenção a ausência de itens básicos de proteção, como telas nas janelas, recomendação mínima segundo as diretrizes do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente).
A influenciadora rebateu os comentários negativos com uma reflexão pessoal: “Na vida adulta, luxo de verdade é ter tempo em família, risadas no café da manhã, viagens que criam memórias, banho quente, poder comprar o que quiser sem se preocupar, e pagar por saúde.”
Mesmo com a tentativa de justificar a decisão, o vídeo reacendeu discussões sobre o limite entre decisões familiares e o que pode configurar negligência ou descuido, principalmente quando envolve crianças.
A situação gerou alertas entre especialistas em desenvolvimento infantil, que reforçam que o quarto é um espaço fundamental de proteção, privacidade e descanso para qualquer criança, e mudanças estruturais que afetem esse direito devem sempre ser avaliadas com cautela.
