Referência nacional no resgate de animais silvestres e exóticos, o Grupo Especial de Proteção Ambiental (Gepa), da Guarda Civil Municipal de Salvador, completa 11 anos em agosto e celebra resultados expressivos: são mais de 15 mil animais resgatados desde a sua criação, em 2014.
Salvador é uma das poucas capitais do Brasil a contar com uma unidade ambiental dentro da Guarda Municipal. O Gepa atua na educação ambiental, no resgate de animais e na fiscalização, em parceria com órgãos como Ibama, Inema e Polícia Federal.
Desde 2021, o grupo opera no Parque das Dunas, em Stella Maris, o maior parque urbano do Brasil, com 690 hectares de área protegida. A estrutura, mantida pela Unidunas com apoio da Prefeitura, fortaleceu o trabalho do Gepa.
“Somos responsáveis por 90% das chamadas que a Guarda recebe da população. Atendemos 24h por dia e já formamos 22 unidades ambientais em outros municípios baianos”, destaca Robson Pires, coordenador do grupo.
O presidente da Unidunas, Jorge Santana, reforça a importância da parceria:
“O Gepa é essencial para o Parque das Dunas, uma área reconhecida pela Unesco como reserva da Biosfera da Mata Atlântica. É o único bairro de Salvador sem invasões, graças ao trabalho conjunto de preservação.”
Resgates em alta
Somente este ano, mais de 3.500 animais silvestres e exóticos foram resgatados em Salvador — de cobras a aranhas e escorpiões, passando por aves, iguanas e saguis. Uma das ações que mais chamou atenção foi o resgate de 200 filhotes de tartarugas que nasceram em Piatã e seguiram em direção contrária ao mar. “Chegamos a tempo e conseguimos salvar todas. A população tem papel fundamental nessas ações”, conta Pires.
Rumo ao Cetas Municipal
Atualmente, os animais resgatados são encaminhados ao Cetas do Inema, em Pituaçu. Mas a meta agora é implantar o Centro de Triagem de Animais Silvestres Municipal, no próprio Parque das Dunas, projeto já em fase de aprovação.
“Com o novo Cetas, será possível reintroduzir parte desses animais na própria cidade, evitando que a fauna local continue sendo esvaziada”, explica o coordenador.
Educação ambiental como prioridade
Além do resgate, o Gepa desenvolve dois programas de educação ambiental: um voltado para crianças, com palestras em escolas, e outro focado na formação de equipes de contenção para adultos — em órgãos públicos, empresas, condomínios e shoppings.
“Nosso foco principal é a educação. Quem se recusar a aprender, infelizmente terá que ser fiscalizado”, diz Pires.
Como agir?
Ao avistar um animal silvestre, a orientação é não tentar capturá-lo. Se possível, isole a área e entre em contato com o Gepa pelo número (71) 3202-5312 — atendimento 24h. Em caso de acidente, especialmente com animais peçonhentos, procure imediatamente uma UPA.