Caetano Veloso responde criança sobre verso enigmático de música composta com Gilberto Gil

Caetano Veloso responde criança sobre verso enigmático de música composta com Gilberto Gil

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas

Reprodução/Instagram

Publicado em 10/07/2025 às 20:14 / Leia em 2 minutos

Em vídeo publicado nas redes sociais nesta quinta-feira (10), Caetano Veloso comentou uma das composições mais icônicas do Tropicalismo após ser questionado por um aluno de artes de apenas 10 anos.

O cantor assistia a uma apresentação do grupo carioca Laboratório de Ideias, formado por crianças que trabalham com canto e teatro, quando foi surpreendido por uma pergunta direta sobre a letra de “Panis et Circenses”.

Na performance, os alunos interpretavam a canção composta por Caetano em parceria com Gilberto Gil, que ficou conhecida na voz de Os Mutantes, em 1968.

Ao final, o jovem Bernardo Charret, integrante do grupo, fez um questionamento que muitos já se fizeram: “O que quer dizer o verso: ‘Mandei fazer/De puro aço luminoso, um punhal/Para matar o meu amor e matei/Às cinco horas na Avenida Central’?”.

Caetano, então, respondeu com sinceridade: “Olha, sinceramente, nem eu [entendi]. Eu também não entendi. Você sabe que poesia é um negócio muito doido. E letra de canção é uma forma de poesia”.

O artista explicou que a frase tem uma carga simbólica e não deve ser interpretada literalmente.

“O verso é forte poeticamente, mas não pode ser tomado ao pé da letra, entende? […] Usei essa imagem de matar o amor no meio da Avenida Central, entendeu? Mas não é uma coisa que, ao pé da letra, a gente possa tomar como um gesto admissível”, explicou.

Lançada em 1968, “Panis et Circenses” é uma das faixas mais emblemáticas do movimento tropicalista, marcada por sua crítica irônica à alienação da classe média durante a ditadura militar.

A música integra clássico disco coletivo “Tropicália ou Panis et Circenses”, feito por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes, Tom Zé, Nara Leão e Gal Costa, além dos poetas Torquato Neto e Capinam, sob a regência do maestro vanguardista Rogério Duprat.

 

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