O Museu de Arte Contemporânea da Bahia inaugura, nesta sexta-feira (11), duas exposições inéditas que reforçam o compromisso do espaço com a cena local das artes visuais e com a valorização de artistas mulheres no cenário contemporâneo. As mostras de Milena Ferreira e Lilian Morais poderão ser visitadas de forma gratuita nas Galerias Três e Quatro do museu, localizado na Rua da Graça, em Salvador.
A exposição “Flecha”, de Milena Ferreira, reúne um conjunto de obras que exploram os microcosmos íntimos e as dinâmicas urbanas. “Para essa exposição estou trazendo mais alguns fragmentos dessa natureza, que entendo como um corpo poroso. E é essa ideia de porosidade que está pairando sobre essa nova produção. Corpos atravessados pelo tempo e que absorvem o cotidiano. Que acompanham todas as mudanças e movimentações, que até certo momento da minha produção se restringiam ao privado/íntimo, e agora, também dialogam com o público “, diz a artista baiana.
Com seis obras inéditas, a mostra, que tem curadoria e é realizada em parceria com a Galeria RV Cultura e Arte, traz experiências pessoais e coletivas para tensionar as relações entre corpo, cidade e memória. Suas pinturas revisitam ruínas, construções e vivências que atravessam os espaços públicos e revelam um cotidiano em constante reconstrução.
Já a paraibana Lilian Morais apresenta a mostra “Insurgência”, que tem curadoria assinada pela Galeria Acervo. A exposição confronta heranças coloniais e promove reflexões sobre os corpos historicamente marcados por dominação e resistência, como povos indígenas e populações afrodescendentes. “Essa exposição retrata a dureza, essa persistência da mulher que conseguiu trazer o Nordeste para o que é hoje. Sem apoio político, a indústria da seca em que os coronéis e nossos governantes sobreviveram, tornando-se milionários enquanto o Nordeste permaneceu resistindo”, relata a artista.