O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (9) que o Brasil será incluído na próxima rodada de aumento de tarifas comerciais sobre produtos importados. A medida deve ser formalizada até esta quinta-feira (10), por meio de cartas enviadas aos governos estrangeiros.
“O Brasil, por exemplo, não tem sido bom conosco, nada bom”, declarou Trump a jornalistas durante um evento com líderes da África Ocidental, na Casa Branca. “Vamos divulgar um número referente ao Brasil, acho que ainda esta tarde ou amanhã de manhã.”
As tarifas impostas pelo republicano variam entre 25% e 40%, com validade a partir de 1º de agosto. De acordo com Trump, os percentuais são baseados em “fatos muito, muito substanciais” e em um “histórico anterior” de relações comerciais consideradas desfavoráveis aos Estados Unidos.
Até o momento, 23 países já foram notificados, entre eles Japão, Coreia do Sul, Tailândia, Indonésia, África do Sul e Malásia. Veja a lista parcial com os países e as alíquotas aplicadas:
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Japão: 25%
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Coreia do Sul: 25%
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Tailândia: 36%
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Indonésia: 32%
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África do Sul: 30%
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Laos e Myanmar: 40%
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Sérvia e Bangladesh: 35%
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Tunísia e Cazaquistão: 25%
Além disso, Trump anunciou que os países-membros do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, também receberão uma tarifa adicional de 10% “muito em breve”.
Segundo o presidente americano, o grupo estaria tentando prejudicar os EUA e substituir o dólar como moeda padrão global.
A declaração provocou reação imediata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que afirmou que os países do Brics são soberanos e rejeitou qualquer tipo de interferência externa.
“Não aceitamos intromissão de quem quer que seja. Nós defendemos o multilateralismo”, disse Lula, em discurso recente.