Brasil pode ter que retomar horário de verão para evitar apagões, alerta ONS

Brasil pode ter que retomar horário de verão para evitar apagões, alerta ONS

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto

Reprodução/Unsplash

Publicado em 09/07/2025 às 19:07 / Leia em 3 minutos

O sistema elétrico brasileiro pode enfrentar problemas para atender à demanda de energia nos horários de pico nos próximos cinco anos, caso não sejam realizados leilões de potência elétrica.

A conclusão é do Plano da Operação Energética (PEN 2025), divulgado na terça-feira (8) pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O documento avalia o fornecimento de energia no país entre 2025 e 2029 e alerta para a necessidade de despacho emergencial de usinas termelétricas, principalmente ao final do dia, quando a demanda atinge seu ponto máximo. Entre as medidas que poderão ser adotadas, está até o retorno do horário de verão, suspenso desde 2019, como forma de aliviar a pressão no consumo noturno.

Segundo o ONS, a mudança na matriz elétrica brasileira, com o crescimento das fontes intermitentes como solar, eólica e microgeração distribuída (MMGD), traz desafios para garantir potência à noite, período em que a energia solar praticamente deixa de ser gerada. Mesmo com a previsão de aumento de 36 gigawatts (GW) na capacidade instalada até 2029, o plano aponta risco de insuficiência de potência em todos os anos analisados.

“O sistema exige maior flexibilidade operacional, especialmente das hidrelétricas e das térmicas que possam responder rapidamente à variação da demanda”, diz o relatório.

Leilões travados

Um leilão de reserva de capacidade, previsto para 2023, acabou sendo cancelado após disputas judiciais. Em abril deste ano, o Ministério de Minas e Energia revogou a portaria que autorizava a realização do certame. A Aneel afirma que, caso uma nova regra seja publicada, um novo leilão poderá ser agendado com base nos documentos já produzidos.

O plano destaca que a ausência desses leilões compromete o equilíbrio entre oferta e demanda, e a probabilidade de falhas (LOLP) deve crescer a partir de 2026, com violação dos níveis de segurança no suprimento de energia em praticamente todos os anos até 2029.

O estudo também chama atenção para o aumento da demanda por parte de cargas especiais, como datacenters e plantas de hidrogênio verde, que consomem grandes volumes de energia e têm pouca flexibilidade. Esse fator, combinado ao déficit de potência noturna, pode agravar ainda mais o cenário.

“É urgente a realização de leilões anuais de reserva de capacidade”, conclui o ONS, reforçando que o sistema precisa de fontes com capacidade de resposta rápida, e não de térmicas com inflexibilidade ou acionamento lento.

Compartilhe

Alô Alô Bahia Newsletter

Inscreva-se grátis para receber as novidades e informações do Alô Alô Bahia