Dívida da Venezuela com o Brasil já ultrapassa R$ 10,3 bilhões e segue sem previsão de pagamento

Dívida da Venezuela com o Brasil já ultrapassa R$ 10,3 bilhões e segue sem previsão de pagamento

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 05/07/2025 às 16:43 / Leia em 2 minutos

A dívida da Venezuela com o Brasil já ultrapassa R$ 10,3 bilhões, e não há qualquer perspectiva de quitação. Desde que o país se tornou inadimplente em 2018, já se acumulam mais de R$ 2,7 bilhões em juros.

O valor total pode ser ainda maior: estima-se um passivo entre US$ 1,7 bilhão e US$ 2,5 bilhões, o que corresponde a quase R$ 12 bilhões, segundo a cotação atual.

Os valores referem-se a financiamentos para exportações e obras de infraestrutura na Venezuela, como metrôs, estaleiros e siderúrgicas, com garantia do Seguro de Crédito à Exportação (SCE). O BNDES informou que todas as parcelas inadimplidas já foram indenizadas à União, que agora é a credora.

Somente nos dois primeiros meses de 2025, o saldo da dívida cresceu R$ 960 milhões, por conta de juros de mora e novas parcelas vencidas. O governo brasileiro afirma que a Venezuela não responde às cobranças, feitas por via diplomática e por contato direto com o Ministério da Economia venezuelano.

“O processo de cobrança foi retomado com a inclusão de juros de mora, mas a negociação está totalmente suspensa”, declarou a secretária de Assuntos Internacionais da Fazenda, Tatiana Rosito.

Cerca de US$ 1,5 bilhão está vinculado a grandes obras como o metrô de Caracas, cujos pagamentos foram cobertos pelo FGE, mas agora pesam sobre o Tesouro Nacional.

“O fundo apenas cobriu o calote. A dívida agora está com todos nós, cidadãos brasileiros”, afirma Vitelio Brustolin, professor da UFF e pesquisador da Universidade de Harvard.

Além do Brasil, a Venezuela deve mais de US$ 80 bilhões a China, Rússia e credores internacionais. Segundo o Ministério da Fazenda, não há prazo definido para pagamento ou renegociação, e o BNDES não pode conceder novos financiamentos ao país enquanto durar a inadimplência.

Em 2023 e 2024, tentativas diplomáticas foram interrompidas após a Venezuela não cumprir compromissos por eleições livres. O governo brasileiro chegou a vetar a entrada do país no Brics.

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