A Associação Afoxé Filhos de Gandhy assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público da Bahia para garantir a inclusão de homens trans em seu desfile.
O documento prevê a retirada de uma cláusula do estatuto que restringia a participação a pessoas do sexo masculino cisgênero.
A mudança ocorre após o Carnaval deste ano, quando denúncias apontaram exclusão de homens trans por conta da regra. O caso gerou repercussão nas redes sociais e mobilizou entidades LGBTQIA+.
O MP-BA, então, acionou a associação, que concordou em modificar o artigo 5º do seu estatuto e publicar uma nota pública afirmando que homens trans são bem-vindos no bloco. O comunicado deverá ser divulgado nas redes sociais e no site da entidade.
Como parte do acordo, o Filhos de Gandhy também se comprometeu a doar R$ 10 mil ao Coletivo Mães da Resistência, organização que apoia familiares de vítimas LGBTQIA+ de violência, e a confeccionar até 400 camisas para o Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (Ibrat), com foco em ações voltadas ao público transmasculino.
Com 76 anos de história, o afoxé é formado exclusivamente por homens e já teve a presença de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, homenageados no desfile do ano passado.
Entre outros nomes que já participaram do cortejo estão Humberto Carrão, Evaldo Macarrão e Paulo Lessa. Atualmente, o grupo conta com cerca de quatro mil associados.