Trapiche Barnabé reabre como espaço cultural e de economia criativa no Comércio de Salvador

Trapiche Barnabé reabre como espaço cultural e de economia criativa no Comércio de Salvador

Redação Alô Alô Bahia

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Kirk Moreno para Alô Alô Bahia

Ricardo Prado

Publicado em 04/07/2025 às 14:24 / Leia em 4 minutos

Um dos prédios mais antigos do Comércio de Salvador, o Trapiche Barnabé já tem data para iniciar uma nova fase: no próximo dia 16 de julho, o imóvel será lançando como espaço cultural e de economia criativa durante um evento para convidados. Construído no século 18, o espaço acabou de passar por uma requalificação financiada por recursos privados e reabre as portas com novos ambientes projetados para abrigar desde grandes shows e produções audiovisuais até casamentos, ativações de marca e encontros corporativos.

Localizado na Avenida Jequitaia, o Trapiche está sob gestão do cineasta e empresário Bernard Attal, em parceria com a Aldente Produções e Eventos. A requalificação priorizou a preservação das características arquitetônicas originais do imóvel, combinando elementos históricos com materiais contemporâneos, como aço e cimento queimado.

Após reforma, Trapiche Barnabé reabre como espaço cultural e criativo no Comércio

Além dos espaços originais, o imóvel passa a oferecer infraestrutura moderna, com cozinha industrial, camarins, mezanino, elevador, banheiros climatizados e áreas moduláveis que se adaptam a diferentes tipos de produção e celebração. “A reabertura do Trapiche representa mais do que a revitalização de um prédio histórico. É a devolução de um patrimônio à cidade, reativando memórias afetivas e projetando cultura e economia criativa em um só espaço. Queremos que o TB se torne um ponto de convergência entre arte, inovação e memória, recolocando o Comércio no protagonismo cultural de Salvador”, destaca Bernard Attal em entrevista ao Alô Alô Bahia.

A nova fase do Trapiche Barnabé também busca inspirar empresários e investidores a olharem com mais atenção para o potencial de requalificação de prédios históricos em todo o Brasil. “Ninguém mais sabia o que era o Trapiche Barnabé até fazermos algo por conta própria, sem recurso público. Recuperamos um prédio de importância histórica que estava completamente abandonado, ignorado e tomado pela vegetação. Isso mostra que a responsabilidade não é apenas da esfera pública. O setor privado precisa se interessar, mobilizar-se e agir”, afirma Attal.

Após reforma, Trapiche Barnabé reabre como espaço cultural e criativo no Comércio

A programação do espaço já conta com eventos confirmados, como o Festival Sangue Novo, Festival do Café, Zona Mundi, Flow, Pagogin e Biergarten, além de peças de teatro, casamentos e confraternizações.

História e importância urbanística

Os primeiros registros do Trapiche Barnabé remontam ao século 18, quando a Rua do Pilar era uma das principais vias de ligação com o Porto de Salvador — à época, o maior porto da América do Sul em movimentação de mercadorias. Por ali passavam produtos do Recôncavo como café, açúcar e tabaco, exportados para a Europa em grandes embarcações.

Após reforma, Trapiche Barnabé reabre como espaço cultural e criativo no Comércio

A parte mais antiga do Trapiche foi erguida quando o mar avançava até a Rua do Pilar, antes do aterramento que criou a atual Avenida Jequitaia. No século 20, com a construção do Porto Moderno de Salvador e dos galpões do cais, o prédio ganhou a fachada principal que hoje compõe sua identidade arquitetônica.

O desenvolvimento do Porto Moderno marcou também o declínio dos trapiches como entrepostos comerciais. O Barnabé, embora tenha mantido atividades por mais tempo, acabou fechado e entrou em processo de degradação que se estendeu por décadas.

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