Cerca de 300 manifestantes ocuparam, na manhã desta quinta-feira (3), o edifício Faria Lima 3500, onde funciona a sede do banco de investimentos Itaú BBA, em São Paulo. A ação foi organizada pela Frente Povo Sem Medo, coalizão que reúne movimentos sociais, sindicatos e lideranças políticas de esquerda, como o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).
O protesto ocorre em meio ao debate sobre a segunda fase da reforma tributária no Congresso Nacional e mira o que os organizadores classificam como “desequilíbrio” na estrutura de arrecadação de impostos no Brasil. Com cartazes e faixas com frases como “O povo não vai pagar a conta” e “Taxação dos super-ricos já”, o grupo exige a cobrança de impostos sobre milionários e a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.
Em nota, a Frente afirmou que o objetivo da mobilização é pressionar os parlamentares durante a tramitação da proposta. “Já passou da hora de taxar os super-ricos e isentar quem ganha até R$ 5 mil de imposto de renda. O povo vai cobrar nas ruas”, diz o comunicado divulgado pelo movimento.
Alvo simbólico
A escolha do prédio do Itaú BBA, localizado na zona oeste da capital paulista, teve caráter simbólico, segundo os organizadores. O imóvel foi comprado em janeiro deste ano por cerca de R$ 1,5 bilhão. A intenção do protesto seria chamar atenção para a diferença entre os lucros acumulados pelo setor financeiro e a carga tributária que recai sobre a população de menor renda.
“Não é somente uma ação simbólica, é uma denúncia clara: os donos do Itaú, que compraram esse prédio por R$ 1,5 bilhão, pagam menos imposto que a maioria esmagadora do nosso povo, que luta para pagar aluguel e comer”, afirmou a Frente Povo Sem Medo.
O movimento já marcou uma nova manifestação para o próximo dia 10, na Avenida Paulista, também na capital paulista. De acordo com os organizadores, o ato será voltado “contra esse Congresso inimigo do povo” e deve reunir parlamentares e entidades sindicais.
