Diversos países da Europa enfrentam uma intensa onda de calor nesta semana, com temperaturas que ultrapassam os 40°C em regiões da França, Itália, Portugal, Espanha e Grécia.
Autoridades locais decretaram alertas máximos e adotaram medidas emergenciais diante dos riscos à saúde e ao aumento de incêndios florestais.
Na França, 84 das 95 regiões estão sob alerta laranja, o segundo mais grave, com escolas fechando parcial ou totalmente e empresas orientadas a proteger funcionários.
Em Bordeaux, no sudoeste do país, moradores relatam dificuldades para suportar o calor mesmo dentro de casa. Segundo a ministra da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher, a situação é inédita no país.
Em Portugal, dois terços do território estavam em alerta máximo no domingo. Em Lisboa, os termômetros devem superar os 42°C, com risco elevado de incêndios em várias regiões do sul. Especialistas alertaram para o aumento de casos de insolação e queimaduras.
A Itália também decretou alerta máximo em 21 das 27 cidades monitoradas, incluindo capitais como Roma, Milão e Nápoles. Algumas regiões proibiram trabalhos ao ar livre nas horas mais quentes do dia.
Em Bolonha, foram criados “refúgios climáticos” e em Roma piscinas públicas foram liberadas para idosos. Ambulatórios e hospitais italianos relataram aumento nos atendimentos por exaustão e desidratação, especialmente entre idosos e pessoas em situação de rua.
Na Espanha, cidades como Sevilha e Granada registraram picos de até 46°C, novo recorde nacional desde o início dos registros. O serviço meteorológico Aemet afirmou que junho deve ser o mês mais quente já registrado no país. As altas temperaturas também elevaram a média das águas do Mediterrâneo, com índices típicos de agosto.
Na Grécia, as autoridades enfrentam incêndios florestais recorrentes. Um dos focos mais preocupantes atingiu a região sul de Atenas, forçando evacuações perto do templo de Poseidon e mobilizando mais de 100 bombeiros e dezenas de aeronaves.
O fenômeno das ilhas de calor urbanas, agravado pela urbanização e pela umidade, intensifica ainda mais a sensação térmica nas grandes cidades.
Segundo pesquisadores do Instituto Italiano para a Proteção e Pesquisa Ambiental (ISPRA), eventos como este têm se tornado mais frequentes e severos.
De acordo com o IPCC, órgão ligado à ONU, é praticamente certo que a frequência, a duração e a intensidade das ondas de calor vão continuar aumentando com o avanço do aquecimento global.