Maria Bethânia celebra 60 anos de carreira em emocionante homenagem no Globo Repórter

Maria Bethânia celebra 60 anos de carreira em emocionante homenagem no Globo Repórter

Redação Alô Alô Bahia

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Divulgação

Publicado em 28/06/2025 às 01:54 / Leia em 3 minutos

Na edição especial do Globo Repórter desta sexta-feira (27), a TV Globo prestou uma linda homenagem a Maria Bethânia, que completa 60 anos de uma carreira marcada por força, poesia e brasilidade. Em entrevista intimista com Sandra Annenberg, a artista baiana abriu o coração e revisitou memórias da infância, da família, da fé e dos caminhos que a transformaram em um dos maiores nomes da música brasileira.

Raízes no Recôncavo Baiano

Nascida em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, Bethânia falou com carinho sobre sua terra natal e o quintal da casa onde cresceu — espaço que marcou sua infância e ajudou a moldar sua identidade.

“Não creio em outro lugar possível para eu nascer… tinha um quintal gigantesco que era um paraíso. Livre, brincando, saboreando frutas, subindo em árvores”, recorda.

Na conversa, ela também relembrou com emoção os pais, Dona Canô e seu Zezinho.

“Minha mãe era uma potência. Farta, generosa, extraordinária. Desde criança eu sabia que podia confiar em mim, porque vinha dela”, disse.

Sobre o pai, destacou a sabedoria simples e profunda:

“Ele dizia: ‘o homem precisa ter o seu dinheiro para não lhe faltar. Nem um vintém a mais para não desvirtuar’.”

A casa da família Veloso, adquirida após seu Zezinho ganhar na loteria, é até hoje um símbolo dessa história.

“Minha mãe achou um trevo de quatro folhas e deu a ele. Ele ganhou o prêmio e comprou a casa.”

Fé e sincretismo

A fé é um alicerce na vida de Bethânia. Devota de Nossa Senhora da Purificação, ela participa todos os anos da tradicional procissão em Santo Amaro.

“Sou Mariana. Gosto de ter devoção por Maria. Ela me viu nascer, me criou, me educou.”

Ao mesmo tempo, sua espiritualidade é profundamente ligada ao Candomblé. Foi levada ao terreiro do Gantois por Vinícius de Moraes e sua esposa, Gesse, onde conheceu Mãe Menininha do Gantois.

“Uma potência de doçura e de força naquela senhora. Me comoveu imediatamente.”

Para Bethânia, não há conflito entre as duas religiões.

“Tudo era moldado com naturalidade, bem compreendido e respeitado.”

A música como destino

Foi na capital baiana que Bethânia teve seu primeiro contato com o teatro e a arte.

“Quando vi um espetáculo pela primeira vez, pensei: eu sou isso.”

O irmão, Caetano Veloso, foi essencial em sua entrada na música.

“Caetano sempre me trouxe tudo. Mas a música, principalmente, foi ele.”

A estreia profissional aconteceu por acaso, ao substituir Nara Leão no histórico show Opinião, no Rio de Janeiro. O que seriam cinco dias mudaram sua vida para sempre.

“Tive que voltar para Santo Amaro para explicar aos meus pais que não seriam cinco dias, e sim minha vida.”

E ouviu do pai um conselho inesquecível:

“‘Se você for feliz, a responsável é você. Se for infeliz, o culpado sou eu.’”

Rituais antes do palco

Com seu jeito único de viver e interpretar a arte, Bethânia revelou que cultiva um ritual antes de cada apresentação:

“Chego com quatro horas de antecedência. Duas horas antes, é sagrado. Rezo, peço licença ao palco, aos deuses da cena e a quem me protege.”

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