O Observatório Vera C. Rubin, no Chile, acaba de dar um passo histórico na observação do cosmos. Com a maior câmera digital do mundo, de 3.200 megapixels, o telescópio instalado na Colina Pachón, na região de Coquimbo, começou a enviar suas primeiras imagens e já surpreendeu: em apenas 10 horas, identificou mais de 2.100 asteroides nunca antes vistos, observando uma fração do céu do hemisfério sul.
A estrutura de 8,4 metros de diâmetro, localizada no alto do deserto do Atacama, um dos locais com céus mais escuros do planeta, está projetada para captar mil imagens por noite. O plano é cobrir todo o céu do hemisfério sul a cada três ou quatro noites, alimentando um sistema de dados com potencial para revolucionar o trabalho de astrônomos ao redor do mundo.
“Isso realmente mudará e desafiará a maneira como as pessoas trabalham com seus dados”, afirmou William O’Mullane, gerente do projeto de dados do observatório, à Reuters. Ele explica que, em vez da produção limitada de estudos com base em poucas observações, o Vera Rubin fornecerá escalas inéditas de informação.
“Não estamos falando de um artigo. Eu lhe darei um milhão de galáxias, um bilhão de estrelas: temos 20 bilhões de medições de galáxias”, diz.
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As Nebulosas Trífida e Laguna são vistas em uma imagem produzida pelo Observatório Vera C. Rubin, no Cerro Pachón, Região de Coquimbo, Chile, em 12 de junho de 2025. — Foto: RubinObs/NOIRLab/SLAC/NSF/DOE/AURA/Handout via REUTERS
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Galáxias distantes são vistas em uma imagem produzida pelo Observatório Vera C. Rubin, no Cerro Pachon, Região de Coquimbo, Chile, em 18 de junho de 2025 — Foto: RubinObs/NOIRLab/SLAC/NSF/DOE/AURA/Handout via REUTERS
A expectativa é que o telescópio seja fundamental não só para aprofundar a compreensão sobre a formação do sistema solar, mas também para detectar potenciais ameaças de asteroides em rota com a Terra.
A complexidade do volume de dados exige novas formas de análise. “O número de alertas que o telescópio enviará por noite é equivalente à caixa de entrada de 83 mil pessoas. É impossível olhar tudo manualmente. Teremos que usar inteligência artificial”, explica o astrofísico Francisco Foster.