A Bahia registrou, em 2024, o maior número de casamentos homoafetivos desde que a união civil entre pessoas do mesmo sexo foi regulamentada no Brasil, em 2013. De acordo com dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), foram 835 uniões formalizadas no estado no ano passado — um crescimento expressivo de 136% em relação aos 353 casamentos registrados em 2023.
🏳️🌈 Até maio deste ano, 313 casais da comunidade LGBTQIA+ já disseram “sim” em cartório.
Para a Associação dos Notários e Registradores da Bahia (Anoreg/BA), o aumento é resultado de uma série de fatores. Além da retomada dos serviços após a pandemia, a entidade destaca o avanço da conscientização sobre os direitos da comunidade LGBTQIA+ e o atendimento mais humanizado e juridicamente fundamentado nos cartórios baianos.
A escritora, atriz e produtora Maria Prado, que está casada há 10 anos com a psicóloga Célia Regina Giudice, acredita que oficializar a união vai além do romance. “Somos muito românticas e gostamos de celebrar, mas decidimos oficializar a união no civil como uma atitude política. A gente queria reforçar esse casamento, mesmo que fosse dentro do nosso ‘micro universo’”, contou.
O presidente da Anoreg/BA, Daniel Sampaio, reforça essa visão e ressalta o impacto social da formalização dessas uniões. “Cada ato registrado nos cartórios é uma expressão concreta de cidadania. É ali, no Registro Civil, que se consolida o reconhecimento institucional das identidades e dos vínculos afetivos da população LGBTQIA+”, destacou.