Anna Wintour anunciou sua saída do cargo de editora-chefe da edição americana da Vogue após quase quatro décadas à frente da publicação. Segundo a revista People, a decisão foi comunicada à equipe durante uma reunião na manhã de 25 de junho. A informação foi confirmada por veículos especializados como Daily Front Row, WWD e Business of Fashion nesta quinta-feira (26).
Embora deixe o posto na Vogue dos Estados Unidos, Wintour continuará com funções de destaque no grupo Condé Nast: ela segue como diretora global de conteúdo da companhia e diretora editorial global da Vogue, supervisionando títulos como Vanity Fair, GQ e AD, entre outros.
Wintour, de origem britânica, assumiu a Vogue em 1988, substituindo Grace Mirabella. Em sua primeira capa, ela quebrou padrões ao unir peças de alta-costura com jeans, ao estampar a modelo Michaela Bercu com um suéter Christian Lacroix avaliado em US$ 10 mil e uma calça jeans de US$ 50. A imagem descontraída, registrada por Peter Lindbergh, tornou-se um marco da revista.
Além da atuação na Vogue, Wintour acumulou outros cargos no grupo. Em 2013, tornou-se diretora artística da Condé Nast e, em 2019, assumiu a função de consultora global de conteúdo.
A editora também é conhecida por sua ligação com o Met Gala, tradicional baile beneficente em Nova York que arrecada recursos para o The Costume Institute, departamento de moda do Museu Metropolitano de Arte. O evento reúne anualmente cerca de 450 convidados do mundo das artes, entretenimento, tecnologia e esportes, e tem o tapete vermelho mais comentado do universo da moda.
Ao longo da carreira, Wintour ganhou fama de exigente e rigorosa, perfil que teria servido de inspiração para a personagem Miranda Priestly no livro O Diabo Veste Prada, de Lauren Weisberger, que já foi sua assistente. A história virou filme em 2006, com Meryl Streep no papel principal.