Prevista inicialmente para encerrar em junho, a exposição “Ecos Malês” teve sua temporada estendida e poderá ser visitada até 31 de agosto na Casa das Histórias de Salvador, no bairro do Comércio. A decisão foi motivada pela grande procura do público e pela relevância histórica e cultural do tema abordado.
Desde sua inauguração, em novembro de 2024, a mostra já atraiu mais de 45 mil visitantes. Com curadoria de João Victor Guimarães e cocuradoria de Mirella Ferreira, a exposição reúne 114 obras de 48 artistas, em parceria com o coletivo Arquiteturas da Revolta.
O acervo convida à reflexão sobre a Revolta dos Malês e suas reverberações no presente, destacando lutas negras por liberdade ao longo da história.
As obras estão organizadas em três núcleos expositivos, “Encontrar”, “Ruas da Revolta” e “Inventar (Liberdade e Defesa)”, e incluem esculturas, pinturas, fotografias, gravuras e colagens, de artistas como Ventura Profana, Rose Aféfé, Voltaire Fraga, Helen Salomão e Malê Debalê.
Em maio, a exposição ganhou um “segundo ato”, com a chegada de novas obras de nomes como Yan Nícolas e Antônio Pulquério. Entre os destaques dessa nova fase está o diálogo com a recente descoberta de um antigo cemitério de pessoas escravizadas no complexo da Pupileira, em Nazaré, liderado pela pesquisadora Silvana Olivieri e o coletivo Cemitério Desaparecido. A mostra passou a incluir uma obra em referência direta a esse achado.
A exposição pode ser visitada de terça a sábado, das 9h às 17h, e aos domingos e feriados, das 10h às 17h (com entrada até as 16h). Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), com gratuidade às quartas-feiras.
Recentemente, “Ecos Malês” foi eleita a segunda melhor exposição coletiva do Brasil pela revista Select, em votação pública.