A morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, reacende o alerta sobre os riscos de um dos destinos mais procurados por trilheiros no Sudeste Asiático.
A publicitária caiu de um desfiladeiro de aproximadamente 300 metros, na última sexta-feira (20), enquanto seguia em direção ao cume do vulcão. O corpo foi localizado nesta terça-feira (24), após quatro dias de buscas, que foram prejudicadas por condições adversas de clima e terreno.
O Rinjani, segundo maior vulcão da Indonésia, tem 3.726 metros de altitude e é conhecido tanto pela beleza das paisagens quanto pelos riscos que oferece. O local acumula, apenas nos últimos cinco anos, nove mortes, incluindo a de Juliana, além de 180 acidentes registrados, sendo 60 deles apenas em 2024, o maior número desde que os registros começaram.

Foto: Tripadvisor
O relatório do governo indonésio, obtido pela imprensa local, aponta que turistas estrangeiros estão envolvidos em quase 25% desses casos. As causas mais comuns são quedas em penhascos, escorregões em terrenos instáveis e acidentes provocados por mudanças súbitas no clima.
Entre os casos mais recentes estão a morte de um alpinista português que despencou do cume enquanto tirava uma fotoem 2022 e a de uma turista suíça, em junho de 2024, que caiu em uma trilha após se aventurar por uma rota não autorizada.
Já em maio deste ano, um montanhista malaio de 57 anos morreu ao cair durante a descida do Rinjani pela rota de Torean. Ele despencou em um desfiladeiro com cerca de 80 a 100 metros de profundidade.
O terreno do Rinjani é considerado hostil, com trilhas estreitas, áreas arenosas e ravinas íngremes que dificultam a caminhada, especialmente em períodos de chuva. O clima é outro agravante. Neblina densa, ventos fortes e tempestades podem se formar rapidamente, comprometendo tanto a visibilidade quanto a segurança.

Foto: Tripadvisor
Segundo relatos de montanhistas locais, a subida geralmente começa na madrugada para que os trilheiros possam assistir ao nascer do sol no topo. No entanto, a combinação de escuridão, lanternas de baixa potência e trilhas escorregadias torna o trajeto ainda mais perigoso.
O parque chegou a ser fechado no início deste ano, durante a estação chuvosa, e só foi reaberto quando as autoridades consideraram que as condições ofereciam segurança mínima para os visitantes. Ainda assim, a recomendação é clara: o Rinjani não é indicado para trilheiros sem experiência.
Além dos riscos naturais, o aumento no fluxo de visitantes também preocupa. O relatório oficial alerta que a pressão do turismo, embora benéfica para a economia local, contribui para o aumento de acidentes e danos ao ecossistema da região.