Considerado um dos artistas mais autênticos e irreverentes do Brasil, Raul Seixas acaba de ganhar uma série inédita. A obra, intitulada “Raul Seixas: Eu Sou”, chega ao catálogo do Globoplay na mesma semana em que o cantor baiano completaria 80 anos de vida. Ao longo de oito episódios, a produção mostra desde os bastidores da carreira, até momentos íntimos do artista.
Kika Seixas, ex-esposa de Raul, conta que, fora dos palcos, ele era um homem tímido e afetuoso. O artista faleceu em 1989, aos 44 anos, após uma pancreatite fulminante. “Raul sofreu de alcoolismo e quem tem na família ou já teve ou conhece, é um drama que não é só para a pessoa, é um drama que envolve a família toda. Então, eu vi, eu fui testemunha. desse Raul maravilhoso, desse Raul do bem, dessa pessoa gentil, se deteriorando”, pontua Kika.
Já a filha Vivian lembra das brincadeiras do pai, como o personagem Capitão Garfo, que roubava suas bonecas e escondia no congelador. “As poucas lembranças que eu tenho do meu pai, mas que são lembranças muito gostosas de criança, porque quando ele faleceu eu tinha oito anos de idade. Então ele tinha esse personagem, que era o Capitão Garfo, que era o primo do Capitão Gancho”, diz Vivian. “então ele escondia a mão na manga, com o garfo aparecendo, e a onda dele era roubar minhas bonecas e botar no congelador”, destaca Vivi.
A parceria entre Raul e o escritor Paulo Coelho, que rendeu clássicos como “Gita” e “Sociedade Alternativa”, também está entre os destaques do documentário. “A gente vivia brigando, havia uma extrema competição entre a gente para ver quem era o mais inteligente, o mais brilhante, o mais capaz de fazer alguma coisa. E era isso. Mas, enfim, não me lembro de nenhum dia eu ter sentado com o Raul e ter feito uma coisa tranquila. Era sempre… Era meu melhor inimigo. Vamos botar assim. Meu inimigo íntimo”, revelou Paulo Coelho, em entrevista ao Fantástico.