Durante o período de recesso escolar, Salvador oferece uma programação cultural diversificada que transforma museus e centros culturais em pontos de encontro com a arte. As atividades contemplam desde produções contemporâneas, até acervos permanentes. Entre os destaques, está a exposição “Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira”, em cartaz no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira até o final de agosto. A mostra reúne obras de 69 artistas negros, a partir do mapeamento do Projeto Afro, entre nomes históricos e contemporâneos, em linguagens diversas como pintura, escultura, fotografia, vídeo e instalação. O museu funciona de terça a domingo, das 10h às 16h30. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), com gratuidade às quartas-feiras e domingos.
“Salvador carrega consigo a história e a resistência da população negra no Brasil, o que transforma a experiência da exposição. Apresentar as imagens da baiana Lita Cerqueira aqui, por exemplo, é reconhecer sua contribuição para a memória visual da cultura afro-brasileira”, destaca o curador Deri Andrade, idealizador do Projeto Afro.
No Goethe-Institut Salvador-Bahia, duas mostras propõem diálogos entre paisagem urbana, símbolos coloniais e relações intercontinentais. Na galeria principal, o artista colombiano Roberto Uribe-Castro apresenta Padrões, uma investigação sobre marcos de controle territorial inspirados na arquitetura colonial. Já na galeria menor, a artista cambojana SAO Sreymao exibe “The Breath – Through the Sea / A Respiração – Através do Mar”, instalação que articula videoperformance, fototransferência e objetos escultóricos para tratar do legado colonial e das conexões marítimas entre territórios.
“As exposições criam espaços de observação e percepção. Não oferecem respostas diretas, mas ampliam possibilidades de leitura sobre os lugares que habitamos e suas camadas históricas e sociais”, destaca Leonel Henckes, diretor de operações do Programa de Residência Vila Sul. Ambas ficam em cartaz até 11 de julho, com entrada gratuita.
No Museu de Arte Moderna da Bahia, a retrospectiva “Okòtò – A espiral da evolução” apresenta mais de 100 obras da artista visual e designer têxtil Goya Lopes. Com curadoria de Daniel Rangel e Marcelo Campos, a exposição ocupa os salões expositivos do casarão e a capela anexa, aberta à visitação até 10 de agosto.
A mostra “Olhares e Territórios”, no Museu de Arte da Bahia, reúne trabalhos de 30 fotógrafos de diversas regiões do Brasil, selecionados por chamada pública. Parte do 4º Colóquio de Fotografia da Bahia, a exposição propõe reflexões sobre identidade coletiva, deslocamento, pertencimento e as disputas simbólicas nos territórios do Sul Global. A visitação segue até 29 de junho.
Por fim, no Espaço Cultural da Barroquinha, a exposição permanente “Orixás da Bahia” apresenta esculturas em tamanho natural de divindades afro-brasileiras esculpidas em papel machê por Alecy Azevedo e vestidas sob orientação de Mãe Menininha do Gantois. Criada em 1973, a mostra é um marco da celebração das tradições do candomblé e da umbanda na cidade.