O relatório da Polícia Federal que apura o uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) se tornou público nesta quarta-feira (18) e revelou que um gerente do varejo chamado Alexandre de Moraes foi alvo de monitoramento indevido. A suspeita é que o verdadeiro alvo fosse o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do caso e responsável por autorizar a quebra de sigilo do inquérito.
De acordo com a PF, o sistema de espionagem operado pela chamada “Abin paralela” realizava consultas em plataformas de inteligência sem justificativa legal e sem autorização judicial, o que resultava em erros como a investigação de homônimos.
O documento cita que em 18 de maio de 2019 foram feitas três buscas ilegais com o nome “Alexandre de Moraes Soares”, gerente-geral de uma rede varejista que vive em São Paulo, sem qualquer relação com o ministro do Supremo.
As buscas foram realizadas por Thiago Gomes Quinalia, agente de inteligência da Abin vinculado ao chamado “Núcleo Evento Portaria 157”, grupo que, segundo a PF, atuava para ligar políticos e magistrados ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
A investigação também apontou o uso do sistema FirstMile, ferramenta capaz de monitorar dispositivos móveis em tempo real sem conhecimento das operadoras e sem autorização judicial.