Produtores de Cachoeira preparam roteiro turístico exclusivo dedicado ao licor

Produtores de Cachoeira preparam roteiro turístico exclusivo dedicado ao licor

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas, com informações do g1

Divulgação

Publicado em 17/06/2025 às 09:40 / Leia em 3 minutos

Responsável por 70% da produção de licor da Bahia, o município de Cachoeira, no Recôncavo, se organiza para lançar um novo atrativo turístico focado na bebida que é símbolo da cidade.

A proposta, liderada pela Associação de Produtores de Licor de Cachoeira (APLC), promete oferecer uma experiência imersiva em 16 pontos de visitação, entre fábricas artesanais, plantações e locais históricos ligados à tradição do licor.

A expectativa é que o roteiro seja oficialmente lançado em 2026. Segundo Roseval Pinto, presidente da APLC e dono da tradicional fábrica Roque Pinto, o projeto nasce da união entre produtores e guias turísticos da região, que trabalham para estruturar um percurso capaz de apresentar todo o processo de fabricação, desde a seleção das frutas até o engarrafamento.

“O visitante vai conhecer de perto cada etapa da produção, entender como tudo funciona, além de experimentar os sabores diretamente nas fábricas. A ideia é oferecer uma vivência que vá além da simples degustação”, explica o empresário ao g1.

O roteiro foi pensado para atender tanto quem deseja fazer o percurso em um único dia quanto quem prefere uma experiência mais longa. Para isso, haverá duas modalidades: uma opção com paradas rápidas em cada ponto e outra mais extensa, com pernoite na cidade, permitindo aos turistas explorar com mais calma cada detalhe da produção.

Além das visitas, o passeio incluirá experiências gastronômicas, com almoço em um dos estabelecimentos participantes e petiscos que harmonizam com os licores servidos ao longo do trajeto.

Ainda não há definição sobre valores ou pacotes. A APLC afirma que essa etapa está em fase de negociação para garantir preços justos e que tornem o projeto sustentável para todos os envolvidos.

“Nosso objetivo é criar uma experiência que faça as pessoas quererem voltar e, mais que isso, recomendarem Cachoeira como destino”, afirma Roseval.

Atualmente, embora não exista um roteiro oficial, algumas fábricas já recebem visitantes em excursões organizadas por guias locais. No entanto, a nova proposta promete ser muito mais estruturada, oferecendo um mergulho completo na cultura do licor, com direito a acompanhar processos como a escolha das frutas e a extração dos sucos.

O projeto também surge como uma estratégia para combater desafios do setor, como a concentração das vendas no período junino e a dificuldade de atrair as gerações mais jovens, menos conectadas à tradição da bebida.

Para enfrentar isso, empresas como o Arraiá do Quiabo, uma das maiores da região, responsável por empregar diretamente cerca de 200 famílias, apostam no fortalecimento das redes sociais.

As campanhas mostram que o licor pode ir muito além das festas de São João, sugerindo receitas para drinks refrescantes no verão, harmonizações com sobremesas, além de versões temáticas para datas como Halloween e Natal.

Segundo Roseval, investir em novos sabores também é essencial para manter o interesse dos consumidores. Apesar do clássico licor de jenipapo seguir como o mais procurado, há crescimento na demanda por variações como maracujá, tamarindo, jabuticaba e banana.

Entre abril e junho deste ano, a produção na cidade chegou à marca de 1 milhão de litros, número que reflete não apenas a força da tradição, mas também a importância econômica do licor para a região, movimentando uma cadeia que impacta até mil famílias direta e indiretamente.

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