Primeira modelo negra brasileira a conquistar as passarelas internacionais, Raimunda Nonata, conhecida como Condessa Luana de Noilles, tem uma trajetória marcante e inspiradora. Após brilhar nos desfiles das maiores grifes do mundo, ela se casou com um aristocrata francês, recebeu o título de condessa e se tornou uma personalidade cheia de histórias.
Descoberta aos 16 anos por olheiros da Rhodia, que buscavam uma modelo “negra como Pelé”, Luana rapidamente chamou a atenção dos maiores estilistas da época. Desfilou para nomes como Yves Saint Laurent, Givenchy, Chanel, Dior e Paco Rabanne, tornando-se um ícone da moda mundial, muito antes da ascensão de Naomi Campbell.
Em entrevista ao jornal Correio, a ex-modelo relembrou com carinho suas origens e os desafios enfrentados como mulher negra no universo fashion europeu, ainda resistente à diversidade nos anos 1970.
“O preconceito daqui da França era uma coisa normal, pelo simples fato de que o negro não estava na moda na época, mas eu sempre trabalhei, convivi e fui muito bem relacionada”, disse ela.

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Radicada na França há mais de 40 anos, Luana revela que sua última visita ao Brasil foi entre 2008 e 2009. Sem familiares em Salvador, ela guarda lembranças especiais do lugar onde cresceu. “Família não tenho mais, tenho amigos maravilhosos na minha terra, sou feliz, adoro ser baiana, não vou mentir! Sou do Curuzu, adoro o Olodum, adoro subir aquela ladeira do Pelô que é um todo de tudo”, contou ela em entrevista ao colunista Osmar Marrom.

Foto: Arquivo Pessoal
Mesmo longe, ela mantém viva sua conexão com a Bahia por meio da Lavagem de La Madalène, festa inspirada nas celebrações populares da Bahia, e que já se tornou tradicional na França. “Estou sempre presente”, garante.
“Eu sou uma pessoa que sou muito agradecida a Robertinho por ter levado o nome da Bahia, por fazer esse patrimônio extraordinário. Realmente, é um momento gostoso, aquele momento da avenida, um momento que você se reconecta, que me reconecto Passa rápido, mas é desde o princípio“, conta.

Foto: Arquivo Pessoal

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