A Justiça da Espanha condenou, nesta segunda-feira (16), quatro homens envolvidos no ataque racista contra o jogador Vinicius Jr., ocorrido em janeiro de 2023, em Madri. Eles foram responsabilizados pelo ato de pendurar um boneco com o rosto do atleta em uma ponte, simulando um enforcamento, às vésperas de um clássico entre Real Madrid e Atlético de Madrid.
Três dos acusados receberam pena de 14 meses de prisão por crime de ódio e ameaças, enquanto o quarto foi condenado a 22 meses por ter divulgado imagens do ato nas redes sociais. Todos também foram multados: o responsável pela publicação pagará €1.084 (cerca de R$ 7 mil), e os demais, €720 (cerca de R$ 4,6 mil) cada.
Além das penas de prisão, a Justiça impôs medidas restritivas aos réus: proibição de se aproximarem de Vinicius Jr., de sua residência ou do centro de treinamento do Real Madrid por menos de 1.000 metros; banimento de estádios durante partidas da liga espanhola ou competições organizadas pela Federação Espanhola de Futebol; proibição de qualquer contato com o jogador por quatro anos após o fim da pena; impedimento de atuar com jovens em ambientes esportivos, educacionais ou de lazer por até 4 anos e 3 meses.

Foto: Reprodução/@JanaDahoui
Todos os condenados assinaram uma carta de desculpas endereçada ao atleta, ao Real Madrid, à LaLiga e à federação espanhola. Também deverão concluir um curso sobre igualdade e não discriminação, condição para a suspensão das penas de prisão.
A denúncia foi apresentada pela própria LaLiga, que celebrou a decisão como um marco na luta contra o racismo no futebol. “Esta decisão representa um passo importante na luta contra o ódio e a discriminação no esporte”, destacou a entidade.
Vinicius Jr., atualmente com 22 anos, já foi alvo de episódios racistas em outras ocasiões, em estádios como Camp Nou (Barcelona), Metropolitano (Atlético) e José Zorrilla (Valladolid), gerando reações da sociedade e mobilizações contra o racismo na Espanha e no futebol mundial.