O músico baiano Bruno Passy, de 37 anos, vive há oito anos em Israel e tem enfrentado dias de apreensão desde o início do conflito direto entre Israel e Irã, na última sexta-feira (13).
Morador de Ramat Gan, cidade próxima a Tel Aviv, ele contou que a rotina foi completamente alterada, com suspensão de aulas, fechamento de estabelecimentos e cancelamento de qualquer atividade que envolva aglomerações.
Bruno e a esposa decidiram buscar abrigo na casa da sogra, em outra cidade, para tentar se proteger dos ataques. Segundo ele, o cenário é de tensão permanente.
“O governo orienta que a gente fique sempre perto dos abrigos e atento aos alertas enviados por aplicativo, que dispara notificações sempre que há qualquer movimentação no espaço aéreo”, disse em entrevista ao g1.
O músico descreveu ainda cenas que, segundo ele, lembram filmes de ficção. Mísseis cruzam o céu tanto em ataques quanto nas respostas do sistema de defesa israelense, que intercepta os projéteis antes que eles atinjam o solo. “É como se fosse uma batalha no céu, parece coisa de filme”, relatou.
Até a manhã desta segunda-feira (16), o confronto já havia deixado pelo menos 224 mortos no Irã e 22 em Israel, entre eles crianças, de acordo com balanços oficiais dos dois países.
Essa não é a primeira vez que Bruno presencia um cenário de conflito. No ano passado, ele estava no país durante os ataques do grupo Hamas. Apesar dos riscos, ele afirma que não cogita deixar Israel nem retornar a Salvador. “A gente não pensa em sair daqui. Não tem essa possibilidade”, garantiu.
A cidade onde vive, Ramat Gan, está a menos de 7 km de Tel Aviv, uma das regiões mais afetadas por bombardeios, com relatos de prédios danificados.
