A baiana Gutta Karimu, manicure e mãe solo de dois filhos, se tornou conhecida nas redes sociais ao publicar um vídeo explicando, passo a passo, como acionar judicialmente o pai das crianças para garantir o pagamento da pensão alimentícia.
Moradora da periferia de Salvador, ela usou sua própria experiência para mostrar que o processo pode ser feito sem enfrentar filas, apenas com uma ligação ou o uso do aplicativo da Defensoria Pública.
Gutta passou a receber pensão em 2023, mas relata que o valor é insuficiente. “Gasto cerca de R$ 1,2 mil por mês com meus filhos e recebo só R$ 400. E, se ele acha que é muito, nem isso ele manda”, disse em entrevista ao “Profissão Repórter”, da TV Globo, que foi ao ar nessa terça-feira (10).
A viralização do conteúdo trouxe à tona uma crítica direta à naturalização da ausência paterna e à ideia de que pagar pensão é um favor. “As pessoas dizem: ‘mas ele já ajuda com alguma coisa’. Não é ajuda, é obrigação. Filho não se cria sozinho. A responsabilidade não é só da mãe”, afirmou.
Além de expor a realidade de muitas mulheres, Gutta também busca combater o sentimento de culpa que ainda impede muitas mães de buscarem seus direitos na Justiça: “Muita gente diz: ‘minha mãe criou a gente sozinha, não pediu nada’. Mas a pensão não é para a mãe, é para a criança. É um direito do filho, não uma esmola”.
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