Luana Xavier relata racismo sofrido em shopping de Salvador: ‘Vindo de uma criança’

Luana Xavier relata racismo sofrido em shopping de Salvador: ‘Vindo de uma criança’

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Gabriel Moura, com informações de CORREIO

Publicado em 11/06/2025 às 16:45 / Leia em 4 minutos

A atriz e apresentadora Luana Xavier usou as redes sociais, nesta quarta-feira (11), para relatar que sofreu racismo por parte de uma criança na capital baiana, na semana passada. Segundo ela, o episódio aconteceu enquanto subia uma esteira rolante de um shopping de Salvador. No vídeo publicado no Instagram, ela deu detalhes do ocorrido.

“Olá, eu sou Luana Xavier, e queria comentar uma situação de racismo que eu passei no Salvador Shopping na semana passada e, ao final desse vídeo, eu gostaria que vocês respondessem a uma pergunta que eu farei”, começou Luana, acrescentando que o shopping é “conhecido por ter casos denunciados e publicizados de racismo”.

“Eu sofri racismo de uma criança de aproximadamente 4, 5 anos. Eu estava indo assistir uma exposição, estava muito feliz, e para poder subir para o andar da exposição é preciso pegar uma esteira rolante. Peguei essa esteira [rolante] e, quando entrei nela, tinha um pai, provavelmente, segurando sua filha — um pai branco com uma filha branca, de aproximadamente 4, 5 anos — e a menina estava com o rosto para trás e eu estava logo atrás deles”, continuou.

Segundo a apresentadora, a menina estava com o rosto virado para ela. “Eu peguei a esteira e até poderia ter feito alguma brincadeirinha com a criança, coisas que às vezes a gente faz, mas não fiz nada. Eu estava apenas na ansiedade de chegar no andar da exposição, até porque eu estava em cima do horário do meu ingresso. E de repente a menina olhou para a minha cara e começou a falar assim: ‘você é feia, você é feia, você é feia’. Ela falou isso três vezes”.

Luana falou sobre a reação que teve inicialmente. “De primeira, eu pensei em como reagir àquilo e, por alguns segundos, pensei: ‘talvez fosse bom fazer uma careta para ela’. E aí eu tive uma reação mais adulta, talvez, que foi de fechar a cara para ela, eu fiz uma cara muito séria, que era para ela saber que não deveria fazer aquilo, e a reação dela foi baixar um pouco o volume e parar”, contou.

Ela falou que ficou pensando se o pai da menina não estava ouvindo, já que a criança estava bem perto do ouvido dele. “Depois percebi que a mãe estava na frente, tinha mais uma criança junto com eles… Sei que essa situação que estou contando aqui muita gente vai dizer que não é racismo. E aí o que preciso situar vocês é que pessoas pretas passam por situação de racismo o tempo inteiro, então a gente começa a diferenciar e a saber o que é racismo e o que não é”, argumentou.

“E fora isso, acho que é muito importante que as pessoas entendam que situações de violência — independente de qual seja o tipo de violência ou de quem parta essa violência, nesse caso estou falando de uma criança, mas não deixa de ser uma violência porque foi feita por uma criança… Situações de violência passadas por pessoas pretas precisam ser primeiramente questionadas se não estão ligadas à questão racial. Porque a gente tem que fazer esse recorte. Porque é uma realidade, isso acontece o tempo inteiro”, disse.

Luana finalizou dizendo que ficou muito abalada com o que aconteceu. “Talvez vocês não tenham ideia do quanto essa situação mexeu comigo. Fiquei muito mal. Fui para a exposição, consegui durante aquele tempo esquecer do que tinha acontecido, e depois, chegando em casa, tive uma noite chorando muito e tentando entender por que estava chorando. Quando no dia seguinte fiz a minha terapia online e fui contar para a minha terapeuta, comecei a chorar. E aí entendi que o meu choro estava diretamente ligado a essa situação que eu tinha passado”, completou.

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