Preta Gil inicia tratamento experimental fora do Brasil: entenda como será e o que já foi feito

Preta Gil inicia tratamento experimental fora do Brasil: entenda como será e o que já foi feito

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Gabriel Moura, com informações de Quem!

Divulgação

Publicado em 10/06/2025 às 18:38 / Leia em 12 minutos

Preta Gil começa, nesta terça-feira (10), uma nova fase do seu tratamento oncológico, que começou em janeiro de 2023. Após passar por uma série de exames nos Estados Unidos para avaliar se poderia integrar os grupos de pacientes que recebem terapias inovadoras, ainda experimentais, ela contou que foi aprovada para a realização dos procedimentos em Washington. “Começo meu tratamento dia 10. Enquanto isso, vou me fortalecendo fisicamente e espiritualmente, recebendo muito amor. Amo todos vocês, obrigada por todas as mensagens diárias, orações e energia positiva. Vocês me curam”, contou a artista no último dia 4 de junho.

A cantora, de 50 anos de idade, viajou para fora do Brasil para experimentar novos tratamentos, já que, segundo ela contou, a quimioterapia no Brasil “não foi tão eficaz” quanto ela e sua equipe médica esperavam. Nos Estados Unidos, a filha de Gilberto Gil, de 82, passou por consultas no Virginia Cancer Institute, em Washington, e por exames com médicos especialistas do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, outra instituição que é referência mundial em tratamento e pesquisa de câncer em Nova York.

“Então a gente tem que buscar alternativas. Alternativas em países diferentes, com tipos de estudos diferentes, ensaios diferentes ainda não publicados ou publicados, drogas que ainda não chegaram ao Brasil”, disse Preta, quando participou do Domingão com Huck, da Globo, em março deste ano.

Como é o tratamento experimental?
Em dezembro do ano passado, Preta Gil foi submetida a uma cirurgia de 21 horas e retirou parte do seu aparelho digestivo e de seu sistema linfático. Na ocasião, a cantora retirou seis tumores, fez uma peritonectomia e quimioterapia intraperitoneal. Nesta terça (10), ela começa um tratamento inovador em Washington, que faz parte ainda de uma pesquisa clínica.

Segundo o oncologista Fernando Maluf, membro do Comitê Gestor do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e fundador do Instituto Vencer o Câncer, a pesquisa clínica é o único modo que a sociedade vai conseguir melhorar e avançar contra o câncer. “Através da pesquisa clínica, novos medicamentos que têm um background em fases mais precoces, com potencial de ajudar pacientes, e através de estudos mais maduros, testa-se esse potencial preliminar, que realmente se mostra sólido. Porque os protocolos em fases avançadas sempre comparam novas medicações com algo que a gente chama de ‘o melhor tratamento padrão'”, explica.

“Se o que é comparado seja adicionar um remédio a um tratamento padrão versus o tratamento padrão, ou seja, comparar um novo remédio versus o tratamento padrão, seja uma ou outra opção, se essas opções se mostram melhores, sim, a gente incorpora esse novo avanço, essa nova tecnologia, e obviamente beneficia os pacientes. Portanto, a pesquisa clínica é a solução para resultados fantásticos do câncer — e não só do câncer, mas obviamente de outras doenças. O Brasil vem aumentando a sua pujança na pesquisa clínica, mas ainda tem um longo caminho no sentido que o país ainda precisa participar de modo mais intenso dos estudos internacionais e também da geração de dados próprios”, complementa.

Preta Gil — Foto: Eduardo Martins/Brazil News

O câncer de Preta Gil
A cantora foi diagnosticada com um câncer colorretal em janeiro de 2023 e considerada em remissão no final daquele ano, mas, em agosto de 2024, contou que a doença voltou, dessa vez em quatro lugares diferentes: dois tumores nos linfonodos, um nódulo no ureter e metástase no peritônio.

Em dezembro de 2024, a artista foi operada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, referência em qualidade hospitalar no país e no mundo. Ela passou o Natal na UTI, mas, na virada do ano, deixou a unidade intensiva. O réveillon foi ao lado da família, e com ela estavam o pai, Gilberto Gil; a madrasta, Flora Gil; a irmã Bela Gil; a ex-nora, Laura Fernandez; a neta, Sol de Maria, e amigos como Gominho.

Aos poucos, Preta voltou a usar as redes sociais, onde compartilhou com os fãs e amigos os passos do tratamento. Seu primeiro post, justamente no Ano Novo, foi para contar que deixara a UTI e que tinha se emocionado com a homenagem que Ivete Sangalo fez para ela no show da virada em Copacabana.

“Meu coração está cheio de alegria por ter ao meu lado pessoas tão especiais, que me enchem de amor todos os dias e me fazem querer viver cada dia mais. E a felicidade foi em dobro: recebi essa homenagem tão linda e generosa da minha amada irmã Ivete Sangalo”, se derreteu Preta.

Dias depois, em 10 de janeiro deste ano, Preta gravou um vídeo. “Estou aqui no hospital me recuperando da cirurgia. Uma cirurgia muito extensa. Muito importante. Tem um pós-operatório muito difícil, estou aqui vivendo um dia de cada vez. Lutando. Dando o meu máximo para ficar bem, doida para sair daqui o mais breve possível. Mas tem uma jornada de recuperação pela frente, muita reabilitação. Vai dar tudo certo. Estou aqui firme e forte. Em breve estarei em casa, se Deus quiser”, afirmou, na ocasião.

Preta Gil — Foto: Reprodução/Instagram

Alta hospitalar após cirurgia
Depois de quase dois meses internada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, a cantora Preta Gil teve no dia 11 de fevereiro deste ano e postou nas redes sociais um balanço sobre o que ela chamou de “nova etapa da recuperação” do tratamento oncológico. “Estou em casa, me adaptando. Não é fácil essa adaptação. Estou aqui estranhando tudo. Minha cama é alta demais e aí: como eu deito? Como eu fico? Como me posiciono? No hospital, estava tudo no esquema. Tem dor e ainda não sei como controla dor”, comentou ela, à época.

“No hospital, era só tomar um remédio na veia que melhorava [a dor]. Tudo isso requer paciência. A vinda para casa é uma etapa muito importante. Agora, começa uma nova etapa de reabilitação, de preparação para o meu corpo ficar bom para a nova jornada de quimioterapia. Então, não acabou. É só uma fase. É um momento importante que venci”, completou Preta.

Internação no Carnaval
Preta Gil foi internada com infecção urinária em Salvador após curtir o Carnaval de 2025 na capital baiana. Ela havia sido liberada pelos médicos para curtir a festa e até mesmo tomar um banho de mar. Na ocasião, ela chegou a ficar na UTI do Hospital Aliança Star, onde recebeu cuidados médicos e monitoramento. Após ter alta, a cantora tranquilizou os fãs na rede social.

“Olá, meu amores, sumida daqui eu estava. Vocês souberam que eu tive uma infecção urinária, uma pielonefrite, que é uma infecção no rim. De novo, mais uma vez, mas é uma coisa que eu já entendi que eu vou ter que saber lidar, porque é recorrente”, disse.

Ela contou que uma bactéria da sonda que ela usa se translocou para a corrente sanguínea. “Eu peguei uma bactéria, fui para o hospital correndo, aqui em Salvador, e eles foram bem ágeis no diagnóstico. Comecei a tomar antibiótico rapidamente. Então, enquanto eu estiver com a sonda, eu preciso ter esse cuidado, porque uma bactéria pode translocar para a corrente sanguínea. Foi o que aconteceu comigo”, explicou.

Internação para exames
No início de abril deste ano, a cantora foi internada em um hospital no Rio de Janeiro para realizar exames e administrar medicamentos. De acordo com a assessoria da cantora, a hospitalização foi necessária porque a artista é uma paciente oncológica. Dias depois, ela foi transferida em uma UTI aérea do Rio para São Paulo.

Mais uma vez, ela foi diagnosticada com infecção urinária, quadro que, segundo a própria Preta, ficou recorrente após a cirurgia. “Estou com a sonda, né? Então a sonda já é um lugar que acumula muita bactéria e foi o que aconteceu comigo. Enquanto eu estiver com a sonda, vou ter que tomar esse cuidado porque uma bactéria pode translocar para a corrente sanguínea. Foi o que aconteceu comigo”, afirmou a cantora, quando foi internada em Salvador devido a uma pielonefrite.

Preta Gil está internada no Sírio-Libanês — Foto: Reprodução/Instagram

Diagnóstico da doença
Preta recebeu o diagnóstico de câncer em janeiro de 2023. Em seu livro de memórias, a autobiografia Preta Gil: os primeiros 50, ela explicou como descobriu o tumor maligno no reto e descreveu o começo do tratamento. “Comecei a quimioterapia em janeiro. No quinto ciclo, em abril, tive uma sepse, fui parar na UTI e quase morri”, contou.

A sepse é uma doença grave que ocorre quando o organismo tem uma resposta inflamatória desregulada a uma infecção. Essa reação exagerada do sistema imunológico prejudica o paciente e pode comprometer a circulação sanguínea, podendo levar à falência de órgãos e à morte se não for tratada rapidamente.

O choque séptico
Em abril de 2023, em suas redes sociais, a cantora disse que o choque séptico aconteceu no dia 23 de março, um dia depois que ela se sentiu mal e foi a um hospital no Rio. Na época, a cantora afirmou que a causa da sepse não foi confirmada, mas que os médicos acreditavam que uma bactéria pode ter entrado no seu organismo por meio de um cateter.

“Ainda estou fazendo uma reabilitação. Eu tive algumas sequelas por conta dessa sepse, uma delas é no pulmão. Mas o pulmão está sendo tratado, estou tomando antibiótico, estou sendo assistida. Eu estou aqui para dizer para vocês que eu estou bem, que eu vou me recuperar. Tenho agora umas três semanas de reabilitação para poder voltar ao meu tratamento oncológico”, explicou.

Radioterapia, quimioterapia e cirurgia
Depois da sepse, a decisão da família e de Preta foi que ela se trataria em São Paulo. Na capital paulista, ela fez sessões de radioterapia, quimioterapia e uma cirurgia, em agosto de 2023. Após a operação, usou, por três meses, uma bolsa de ileostomia, por onde saíam as fezes. No fim de novembro, foi operada de novo, desta vez para a retirada da bolsa e reconstrução do trato intestinal. Durante todo o tempo, não escondeu a bolsinha, ajudando a desmistificar seu uso e aumentando a conscientização das pessoas.

“Essa segunda cirurgia foi mais complicada para mim. Tive que reaprender a evacuar com fisioterapia pélvica para fortalecer meu esfíncter”, contou Preta na autobiografia. Ela disse também que precisou usar fraldas por precaução, durante algumas semanas.

Fim do tratamento e remissão
Em dezembro de 2023, Preta anunciou o fim do tratamento — ela tinha feito uma cirurgia para reconstruir parte do trato intestinal. Emocionada, agradeceu aos fãs, amigos e médicos que a acompanharam durante o tratamento em vídeo em suas redes.

Preta destacou que a cirurgia para a retirada da bolsa de ileostomia fora a última etapa do tratamento e entraria emprocesso de reabilitação. Apesar da remissão do câncer, ficaria sob observação pelos próximos cinco anos.

Metástase
Em agosto de 2024, Preta contou que “o câncer voltou” e afirmou que a doença tinha sido confirmada em quatro locais do corpo: dois linfonodos, uma metástase no peritônio e um nódulo no ureter.

“Eu tive um câncer no intestino que eu tratei, me curei dele, fui liberada pelos médicos completamente para seguir uma vida perto da normalidade. Estava indo muito bem na minha reabilitação e tenho exames periódicos para serem feitos enquanto estiver em remissão. Remissão é um período de cinco anos em que o câncer pode voltar. O meu câncer voltou”, desabafou

A descoberta veio em exames de rotina. “Fomos todos nós, eu, os médicos, família e amigos, surpreendidos por esse novo diagnóstico. No mesmo dia, começamos um novo tratamento. Fiz exames complementares e na quinta comecei a quimioterapia”, frisou a cantora. que tentaria continuar trabalhando no período da quimioterapia. “Eu quero ter uma vida perto de uma normalidade”, justificou.

Gilberto Gil, Preta e Flora — Foto: Reprodução/Instagram

A viagem a Nova York e o anúncio da cirurgia
Em 15 de dezembro de 2024, dias antes da cirurgia, Preta foi a Nova York, nos Estados Unidos. De lá, gravou um vídeo, revelando que procurou a opinião de uma especialista no tipo de tumor que ela tinha. “Sei que muitos de vocês estão se perguntando por que estou em Nova York. Eu vim ter uma consulta com uma médica oncologista especialista no tipo de tumores que eu tenho. Foi a pedido dos meus médicos no Brasil, para que a gente ouvisse uma segunda opinião”, explicou ao mesmo tempo em que anunciou a operação no Sírio.

A cantora contou que a cirurgia para a retirada dos tumores já estava agendada há algum tempo e que existia uma “possibilidade real” de que ela fizesse uma nova quimioterapia. “A quimioterapia que eu fiz no Brasil não foi tão eficaz como eu esperava e os médicos também. Então a gente tem que buscar alternativas em países diferentes, com tipos de estudos diferentes que ainda não foram publicados, drogas que ainda não chegaram ao Brasil. Espero que eu tenha boas notícias, que ela possa dar esperança de que eu possa me tratar aqui depois da cirurgia”, disse na ocasião.

Compartilhe

Alô Alô Bahia Newsletter

Inscreva-se grátis para receber as novidades e informações do Alô Alô Bahia