A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner teve sua prisão autorizada pela Suprema Corte de Justiça do país nesta terça-feira (10), após a rejeição de um recurso que tentava anular sua condenação por corrupção. A decisão torna a prisão da ex-mandatária uma possibilidade iminente, conforme reportado pelo jornal Clarín.
A condenação, de seis anos de prisão, foi estabelecida em 2022 e confirmada por duas instâncias da Justiça argentina. Cristina foi considerada culpada por liderar um esquema de favorecimento em contratos de obras públicas com o empresário Lázaro Báez, na província de Santa Cruz.
Mesmo condenada, ela aguardava a decisão final em liberdade. Agora, com o recurso esgotado, poderá ser detida a qualquer momento. A ex-presidente recebeu a informação na sede do Partido Justicialista, em Buenos Aires.
Kirchner foi presidente por dois mandatos, entre 2007 e 2015, e voltou à cena política como vice-presidente de Alberto Fernández entre 2019 e 2023.
Segundo a Procuradoria, Cristina chefiou uma organização criminosa e praticou atos de administração fraudulenta ao longo de seus anos no poder. As investigações apontaram que ela usou sua influência para direcionar obras públicas a empresários aliados.
Milei
Após a divulgação da decisão, o presidente da Argentina, Javier Milei, usou as redes sociais para criticar opositores e parte da imprensa.
“Todos os jornalista$ corruto$, cúmplice$ de político$ mentira$o$, foram desmascarados em suas armaçõe$ sobre o suposto pacto de impunidade”, escreveu Milei, usando cifrões para fazer alusão à corrupção.
Cristina Kirchner ainda pode tentar recorrer a instâncias internacionais, como a Corte Interamericana de Direitos Humanos, mas o cenário legal no país agora é desfavorável para a ex-presidente.