Desaprovação ao governo Lula atinge 57% e bate recorde desde início do mandato, aponta Quaest

Desaprovação ao governo Lula atinge 57% e bate recorde desde início do mandato, aponta Quaest

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto, com informações do g1

Ricardo Stuckert/PR

Publicado em 04/06/2025 às 09:11 / Leia em 3 minutos

Mais uma pesquisa registrou o aumento da desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcançou 57% e atingiu o pior patamar desde o início do atual mandato, de acordo com levantamento da Quaest divulgado nesta quarta-feira (4).

A aprovação, por outro lado, oscilou para 40%, o índice mais baixo registrado até agora. Outros 3% dos entrevistados não souberam ou preferiram não responder.

O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos e realizado entre os dias 29 de maio e 1º de junho, com 2.004 eleitores de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

Católicos e eleitores com menor escolaridade mudam de posição

Entre os recortes mais simbólicos da pesquisa, destaca-se a mudança de percepção entre os católicos, que pela primeira vez passam a desaprovar mais do que aprovar o governo Lula. O mesmo ocorre com eleitores que têm ensino fundamental: houve um empate técnico inédito, em contraste com levantamentos anteriores que apontavam maior apoio.

No Nordeste, no entanto, Lula voltou a registrar avaliação mais positiva: 54% aprovam e 44% desaprovam, após empate técnico registrado na pesquisa anterior. Já no Sudeste, os números pioraram: a desaprovação subiu para 64% (antes, 60%) e a aprovação caiu para 32% (antes, 37%).

Entre os eleitores com renda de até dois salários mínimos, a avaliação se manteve em empate técnico, com leve oscilação para baixo na aprovação e alta na desaprovação. Entre os mais ricos, Lula segue com avaliação negativa predominante, mas houve melhora leve na aprovação.

A percepção negativa sobre a economia recuou: 48% dos entrevistados disseram que a situação econômica piorou — eram 56% na pesquisa anterior. Também caiu o número de pessoas que afirmam ter sentido aumento nos preços. Apesar disso, a maioria dos entrevistados ainda considera que o poder de compra segue inferior ao de um ano atrás.

Escândalo do INSS

A pesquisa também mediu o impacto de temas recentes. Um deles foi o escândalo do INSS, relacionado ao desvio de recursos de aposentados e pensionistas. Para 31% da população, o governo Lula é o principal responsável pelo esquema. Quando estimulados, 82% dos entrevistados disseram ter conhecimento do caso — mais do que as ações do governo que vêm sendo divulgadas nos últimos meses.

Outro tema que repercutiu negativamente foi o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para compra de dólares: metade dos entrevistados considera que o governo errou ao manter a medida.

Segundo o diretor da Quaest, Felipe Nunes, os números refletem uma espécie de estabilidade instável: medidas populares como a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, o novo vale-gás e descontos na conta de luz para famílias do CadÚnico surtiram efeito, mas foram neutralizadas pela repercussão de escândalos e entraves na comunicação governamental.

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