Um estudo apresentado na última segunda-feira (2), durante a reunião anual da Sociedade Americana de Nutrição, sugeriu que o consumo regular de café pode estar relacionado a um envelhecimento mais saudável e à redução do risco de doenças crônicas. A pesquisa, de caráter observacional, foi publicada pelo The New York Times e não estabelece uma relação de causa e efeito, embora os dados apontem uma associação relevante.
“Ainda assim, os resultados que relacionam o café ao envelhecimento mais saudável foram surpreendentes. Os dados são bastante consistentes em que o consumo de café é realmente benéfico”, afirmou Fang Fang Zhang, professora de epidemiologia nutricional da Universidade Tufts, em Massachusetts, que participou do estudo.
A análise acompanhou, desde os anos 1970, cerca de 47 mil mulheres que responderam periodicamente a questionários sobre seus hábitos alimentares, incluindo a ingestão de café, chá e refrigerantes. De acordo com os pesquisadores, aquelas que consumiam até sete xícaras de café por dia — cada uma com aproximadamente 237 ml — apresentaram 13% mais chances de envelhecer com boa saúde, especialmente entre os 45 e 60 anos.
Entre os critérios considerados para “envelhecimento saudável” estavam ausência de declínio cognitivo, boa saúde física e mental, além de não apresentar doenças como câncer, diabetes tipo 2, problemas cardíacos, insuficiência renal, Parkinson ou esclerose múltipla.
O mesmo efeito, no entanto, não foi observado entre consumidoras de café descafeinado ou chá. Já o consumo de refrigerantes, apesar de conter cafeína, foi associado a menor probabilidade de envelhecimento saudável.
Os benefícios pareceram se estabilizar — ou até diminuir — a partir do consumo diário de três a quatro xícaras. “Beber tanta quantidade de café, como as sete xícaras citadas, não necessariamente vai beneficiar a todos”, alertou Sara Mahdavi, professora adjunta de ciências da nutrição da Universidade de Toronto e responsável pelo estudo.
Do total de participantes, aproximadamente 3.700 mulheres ultrapassaram os 70 anos com boa saúde mental e física, sem diagnóstico de nenhuma das 11 doenças analisadas.