Polícia Federal vai investigar caso de processo judicial com bebê reborn na Bahia

Polícia Federal vai investigar caso de processo judicial com bebê reborn na Bahia

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Com informações do CORREIO

Reprodu/Amazon

Publicado em 30/05/2025 às 13:57 / Leia em 4 minutos

A Polícia Federal vai investigar o caso da recepcionista que pediu licença-maternidade para cuidar de uma bebê reborn na Bahia. A investigação vai acontecer após um advogado alegar que teve o nome envolvido no processo de forma ilícita.

José Sinelmo Lima Menezes afirma que foi vítima de fraude porque teve seu nome e inscrição profissional citado na ação movida pela mulher. Agora a PF vai apurar possíveis crimes de falsidade ideológica e falsificação de documento envolvendo o caso. O advogado ainda fez uma petição para a Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia (OAB-BA), para adoção das providências que entender cabíveis no campo ético-disciplinar.

O problema ocorre porque o advogado diz que nunca teve qualquer vínculo profissional ou pessoal com a reclamante e destacou que a petição iniciada foi assinada eletronicamente por outra advogada, que representa a recepcionista. Isso, segundo José Sinelmo, agrava a situação “pois demonstra que a referida profissional apresentou petição inicial com procuração fraudulenta.” O nome de José Sinelmo é citado na procuração inicial, que foi inserida no processo pela advogada do recepcionista, Vanessa de Menezes Homem.

O advogado ainda ressalta que houve abalo à imagem profissional. Isso porque a ação trabalhista de repercussão midiática tem sido divulgada em redes sociais, blogs e grupos de comunicação jurídica. “Ocorre que tais exposições indevidas atingem injustamente a reputação e a credibilidade profissional deste causídico, o que torna a situação insustentável”, diz trecho do documento.

Outro desdobramento do caso foi a desistência do pedido da licença-maternidade. A recepcionista pediu a exclusão do processo, segundo ela, por conta de ameaças.

Assim, a Justiça decidiu o seguinte sobre o caso:
1. homologa-se a desistência da ação e extingue-se o feito sem resolução de mérito;

2. ⁠condena-se a reclamante ao pagamento de custas processuais, no importe de R$ 800,00, calculadas sobre R$ 40.000,00, valor atribuído na petição inicial, dispensadas, em face do deferimento do pedido de gratuidade da Justiça;

3. ⁠exclua-se o advogado José Sinelmo Lima Menezes da autuação.

A reportagem procurou a PF para ter mais detalhes da apuração do órgão e aguarda retorno.

Entenda o caso
Na última terça-feira (27), a Justiça do Trabalho da Bahia recebeu um pedido de indenização por danos morais protocolado por uma trabalhadora de Salvador após ter seu pedido de licença-maternidade e recebimento do salário-família para a sua boneca de silicone negado pela empresa em que trabalha. O valor total da ação era de R$ 40 mil, incluindo o pedido de demissão indireta.

A mulher é funcionária de uma empresa do ramo imobiliário desde 2020. Em fevereiro deste ano, ela adquiriu a boneca, que considera uma filha e por quem possui “profundo vínculo materno”. Na ação, a defesa da funcionária explica que a trabalhadora comunicou à empresa a sua “condição de mãe” e solicitou a concessão de licença-maternidade, por 120 dias, bem como o recebimento do salário-família.

A recepcionista desistiu da ação alegando ameaças. De acordo com o documento de requerimento de desistência, ao qual o CORREIO teve acesso, a reclamante e a advogada de defesa sofreram com discurso de ódio divulgado nas redes sociais.

No requerimento de desistência, a advogada de defesa diz que o objetivo da ação trabalhista “era a rescisão indireta em virtude dos abalos psíquicos diários que a reclamante vem sofrendo em seu ambiente laboral por optar tratar como se filha fosse um objeto inanimado, de certo que esse é um direito seu”.

As informações são do Jornal Correio

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