A FIFA divulgou, nesta quinta-feira (30), uma nova versão do seu Código Disciplinar com punições mais rígidas para casos de racismo no futebol. A medida, aprovada durante reunião do Conselho da entidade neste mês, amplia os poderes dos árbitros e eleva drasticamente o valor das multas e sanções para clubes e federações envolvidas em episódios discriminatórios.
A principal mudança está no artigo 15, que trata de discriminação e racismo. Agora, qualquer jogador ou participante do evento pode acionar o árbitro ao identificar um ato racista. A arbitragem, por sua vez, é obrigada a seguir o protocolo de três etapas: parar o jogo, suspender temporariamente e, se necessário, encerrar a partida.
As penalidades financeiras também foram revistas. As sanções começam em 20 mil francos suíços (cerca de R$ 137 mil), podendo chegar a 5 milhões de francos suíços, o equivalente a R$ 34 milhões.
Casos reincidentes podem levar à perda de pontos, partidas com portões fechados, exclusão de torneios ou até rebaixamento.
As federações filiadas têm até 31 de dezembro de 2025 para adequar seus regulamentos às novas diretrizes. A FIFA também poderá intervir diretamente em entidades que falhem na aplicação das novas regras e recorrer ao CAS (Corte Arbitral do Esporte) contra decisões que considerar ineficazes no combate ao racismo.
Durante o Congresso da FIFA, realizado neste mês em Assunção, no Paraguai, o presidente Gianni Infantino reforçou que a luta contra o racismo é prioridade da entidade e defendeu sua criminalização global. “Racismo não é apenas um problema do futebol, é um crime. Estamos trabalhando com governos e a ONU para garantir que essa luta esteja prevista na legislação penal de todos os países”, afirmou.
