Elon Musk deixa governo Trump e encerra mandato turbulento

Elon Musk deixa governo Trump e encerra mandato turbulento

Redação Alô Alô Bahia

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José Mion/Alô Alô Bahia com informações da Reuters e Agência Brasil

Jim Watson/AF

Publicado em 29/05/2025 às 10:52 / Leia em 3 minutos

O bilionário Elon Musk, CEO da Tesla, está deixando o governo Trump após liderar uma controversa campanha por eficiência administrativa, que resultou no fechamento de diversas agências federais, mas não alcançou as economias bilionárias prometidas.

Segundo uma autoridade da Casa Branca, o desligamento de Musk teve início na noite desta quarta-feira (28). A saída, antecipada pela agência Reuters, foi confirmada horas após o empresário agradecer publicamente ao presidente Donald Trump, em uma postagem na plataforma X. Musk atuava como funcionário especial no Departamento de Eficiência Governamental (conhecido como Doge).

A saída foi repentina e sem conversas formais com Trump. De acordo com uma fonte com conhecimento direto da situação, a decisão foi tomada por integrantes do alto escalão da Casa Branca.

Embora os motivos exatos ainda não estejam totalmente claros, a demissão acontece um dia depois de Musk criticar o novo projeto de lei tributária apoiado por Trump, classificando-o como caro e prejudicial às iniciativas do Doge. Os comentários desagradaram integrantes do governo, especialmente o vice-chefe de gabinete, Stephen Miller, e obrigaram a Casa Branca a reafirmar seu apoio ao projeto junto a senadores republicanos.

A relação entre Musk e o governo vinha se desgastando nos últimos meses. Embora continue próximo de Trump, sua influência diminuiu progressivamente após um início meteórico. Logo após a posse do presidente, Musk se destacou com propostas ousadas e aparições marcantes, incluindo uma motosserra vermelha que chamou de “a motosserra da burocracia” durante a Conferência de Ação Política Conservadora, em fevereiro.

Durante a campanha, Musk prometeu cortar ao menos US$ 2 trilhões em gastos federais. O Doge estima que suas ações tenham gerado uma economia de US$ 175 bilhões até o momento, número que não foi verificado de forma independente.

Musk sempre se mostrou crítico da máquina pública. Chegou a prever que o fim do teletrabalho instaurado durante a pandemia causaria “uma onda de demissões voluntárias bem-vindas”. No entanto, sua postura enfrentou resistência crescente dentro do governo. Secretários de Estado passaram a contestar suas propostas de cortes, após Trump lembrar, em março, que decisões sobre pessoal cabiam aos titulares das pastas, e não a Musk.

O empresário também teve embates públicos com membros de alto escalão, como os secretários Marco Rubio (Estado), Sean Duffy (Transportes) e Scott Bessent (Tesouro). Chegou a chamar o assessor comercial Peter Navarro de “idiota” e “mais burro que um saco de tijolos”. Navarro respondeu com ironia: “Já me chamaram de coisa pior”.

Recentemente, Musk já dava sinais de que deixaria o governo. Em teleconferência da Tesla, em 22 de abril, afirmou que reduziria sua atuação oficial para focar nos negócios privados. Em entrevista ao Washington Post, declarou: “A situação da burocracia federal é muito pior do que eu imaginava. Tentar melhorar as coisas é, no mínimo, uma batalha árdua”.

O mandato de Musk como funcionário especial estava previsto para terminar no fim de maio, após 130 dias. Segundo a Casa Branca, os trabalhos do Doge terão continuidade mesmo com a sua saída.

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