Em 2025, os brasileiros precisaram trabalhar até o esta quinta-feira, 29 de maio — ou seja, 149 dias — apenas para cobrir tributos federais, estaduais e municipais.
O dado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), mostra que 40,82% da renda média do trabalhador foi destinada ao pagamento de impostos, taxas e contribuições.
O levantamento considera a carga tributária sobre renda, consumo e patrimônio. Apesar do peso dos tributos, o Brasil segue na última posição entre os 30 países com maior arrecadação no ranking do IRBES (Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade), que mede a eficiência na devolução dos impostos em forma de serviços públicos e qualidade de vida.
Um dos fatores que influenciaram o aumento da arrecadação neste ano foi a elevação do ICMS em diversos estados. Em abril, dez unidades da federação — incluindo Bahia, Minas Gerais, Ceará e Paraíba — passaram a praticar alíquota de 20%. A medida, que tem como objetivo garantir maior participação no futuro Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), ainda terá impacto mais expressivo no levantamento de 2026, já que entrou em vigor nos últimos meses do período analisado (maio de 2024 a abril de 2025).
Outro motivo que pesou no bolso dos brasileiros este ano foi o fim gradual do desconto na folha de pagamento concedido a empresas de 17 setores da economia. A cobrança, que voltou a ser feita com base em uma lei aprovada recentemente, será reajustada aos poucos até 2028, quando a taxa patronal sobre os salários voltará ao patamar de 20%.
Apesar da aprovação da reforma tributária, que promete simplificar o sistema de impostos e dar mais clareza sobre o que o consumidor paga, as novas regras ainda precisam ser regulamentadas. As mudanças, na prática, só devem começar a valer em 2027.
Para o IBPT, a insatisfação com os impostos não está só no valor cobrado, mas também na sensação de que o dinheiro não retorna em forma de serviços públicos.
O estudo foi divulgado às vésperas do encerramento do prazo para a entrega da declaração do Imposto de Renda, que termina nesta sexta-feira (30).