O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu retirar quatro nomes da lista de testemunhas de defesa no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A manifestação foi enviada nesta quinta-feira (29) ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os nomes excluídos estão os ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Gilson Machado (Turismo), além do advogado Amauri Feres Saad, citado em investigações por suposta participação na redação de uma minuta golpista, e o médico Ricardo Peixoto Camarinha, que acompanhava Bolsonaro.
A decisão ocorre às vésperas do início das oitivas exclusivas da defesa do ex-presidente. A partir desta sexta-feira (30), começam os depoimentos das testemunhas indicadas por Bolsonaro, entre elas o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi seu ministro da Infraestrutura.
Outros nomes ainda devem ser ouvidos:
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Giuseppe Dutra Janino, ex-secretário de Tecnologia do TSE;
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Wagner de Oliveira, coronel da comissão de monitoramento das eleições;
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Renato de Lima França, ex-subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência;
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Jonathas Assunção Nery, ex-secretário da Casa Civil;
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Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil e atual senador.
Bolsonaro e mais 30 pessoas são réus por suposta organização de um plano golpista após a derrota nas urnas. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo atuou para reverter o resultado das eleições com apoio de militares e documentos não oficiais.
Nos últimos depoimentos, ex-comandantes militares confirmaram encontros com Bolsonaro para discutir a chamada “minuta do golpe”, que previa medidas de ruptura institucional.
A última rodada de oitivas está marcada para segunda-feira (2), com depoimentos de testemunhas ligadas a Bolsonaro, Anderson Torres e Braga Netto. Nomes como o senador Rogério Marinho (PL-RN) e o general Gustavo Henrique Dutra, ex-comandante do Planalto, devem ser ouvidos.
Até o momento, 43 das 82 testemunhas inicialmente listadas já foram ouvidas pelo Supremo. As defesas desistiram de 16 nomes e optaram por depoimentos por escrito em dois casos.
