O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu, postumamente, a Ordem de Rio Branco à advogada e ativista Eunice Paiva, falecida em 2018. A homenagem foi oficializada nesta quarta-feira (28), por meio de decreto publicado no Diário Oficial da União. Eunice tornou-se um ícone da busca por justiça após o desaparecimento de seu marido, o deputado Rubens Paiva, vítima da repressão durante a ditadura militar.
Durante 25 anos, ela empenhou-se em esclarecer o destino de Rubens, trajetória que inspirou o livro “Ainda Estou Aqui”, escrito pelo filho do casal, Marcelo Rubens Paiva. A obra foi adaptada para o cinema e deu origem ao filme homônimo, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional.
Na produção, Eunice foi interpretada por Fernanda Torres, que recebeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz e dedicou o prêmio, ao lado do diretor Walter Salles, à memória da homenageada. Além da luta pessoal, Eunice formou-se em Direito e teve atuação destacada na defesa dos direitos humanos. Foi uma voz importante na Constituinte de 1988, especialmente na pauta da demarcação de terras indígenas. Ela faleceu aos 86 anos, em São Paulo.
A Ordem de Rio Branco, principal condecoração da diplomacia brasileira, foi concedida a Eunice no grau de Comendador, destinado a personalidades com “serviços meritórios” e “virtudes cívicas”.