O ator Hugo Bonèmer, de 37 anos, vive uma fase de destaque na carreira após interpretar Nelson Piquet na minissérie Senna, produção da Netflix sobre a trajetória de Ayrton Senna. A série, que teve reconhecimento internacional ao vencer uma das categorias do Prêmios Platino no mês passado, contribuiu para ampliar a visibilidade do artista, especialmente fora do Brasil.
Em entrevista à revista Caras, Bonèmer comentou os desdobramentos da participação na série, que lhe rendeu uma indicação ao Platino na categoria de Melhor Ator Coadjuvante em Minissérie. Embora não tenha vencido, ele considera a nomeação uma conquista relevante. “Ser indicado por esse trabalho já foi um prêmio. Participar de uma produção sobre o Ayrton Senna e interpretar o Piquet é como jogar num time rival da seleção brasileira”, disse, em tom descontraído.
Com experiência consolidada no teatro e na televisão brasileira, o ator avalia que o papel de Piquet representou um divisor de águas em sua trajetória. O personagem, marcado por controvérsias dentro e fora das pistas, exigiu uma abordagem cuidadosa. “Sabia que haveria resistência por parte do público. Mas foi justamente esse desafio que tornou o papel mais interessante: buscar entender o personagem para além das manchetes e polêmicas”, explicou.
Bonèmer destacou ainda o processo de construção do papel, que envolveu estudo técnico e aprofundamento psicológico. “Comecei trabalhando o aspecto vocal, a forma de falar. Mas o foco principal era encontrar a complexidade do ser humano por trás da figura pública. Ele não queria ser o herói da história — e isso me deu uma liberdade criativa instigante.”
O reconhecimento internacional, segundo o ator, tem gerado efeitos concretos. “A gente sente que há uma mudança na forma como o mercado te enxerga — e até na forma como você se percebe profissionalmente. Há uma virada”, avaliou.
Além do impacto na própria carreira, Bonèmer também ressaltou a importância da série na forma como o público passa a olhar o automobilismo. “A produção mostra que esse universo vai muito além das corridas. Tem conflito, política, vaidade, perdas e vitórias — elementos de qualquer grande drama”, afirmou.