Trump proíbe Harvard de matricular estudantes estrangeiros e ameaça vistos atuais

Trump proíbe Harvard de matricular estudantes estrangeiros e ameaça vistos atuais

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto, com informações do The New York Times

Divulgação/Harvard University

Publicado em 22/05/2025 às 16:33 / Leia em 3 minutos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proibiu a Universidade Harvard de matricular novos estudantes estrangeiros, após revogar a certificação da instituição no Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio.

A medida, que pode impactar diretamente as finanças da universidade, também coloca em risco os vistos dos alunos internacionais já matriculados.

O anúncio foi formalizado em uma carta enviada por Kristi Noem, secretária de Segurança Interna, obtida pelo The New York Times. No texto, o governo acusa Harvard de permitir um ambiente que favoreceria “agitadores antiamericanos e pró-terroristas”, além de não garantir a segurança de estudantes judeus no campus. O documento ainda afirma que “muitos desses agitadores são estudantes estrangeiros” e acusa a instituição de “atividades coordenadas com o Partido Comunista Chinês”.

“Este governo está responsabilizando Harvard por fomentar a violência, o antissemitismo e a coordenação com o Partido Comunista Chinês em seu campus. É um privilégio, não um direito, que as universidades matriculem estudantes estrangeiros e se beneficiem de suas mensalidades mais altas para ajudar a aumentar suas dotações multibilionárias”, declarou Noem.

O embate entre a Casa Branca e Harvard ganhou força desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023, que gerou uma onda de protestos em universidades americanas. Parte do establishment político dos EUA (tanto democratas quanto republicanos) passou a classificar esses atos como antissemitas. Desde então, Trump vem impondo medidas que incluem cortes de verbas federais, restrições a protestos e pressões sobre departamentos acadêmicos, especialmente os voltados ao Oriente Médio.

Harvard, que se recusou a atender as exigências do governo, já enfrenta a suspensão de cerca de US$ 4 bilhões em financiamento federal, com risco de perder até US$ 9 bilhões. Além disso, a Casa Branca ameaça retirar da universidade benefícios fiscais.

Segundo dados oficiais, cerca de 6,8 mil estudantes estrangeiros frequentam Harvard atualmente, o que representa 27% do total de alunos. A anuidade média é de US$ 59.320, podendo ultrapassar US$ 87 mil considerando taxas e custos adicionais.

Em resposta, a universidade classificou a decisão como “ilegal” e afirmou estar buscando meios jurídicos para revertê-la.

Estamos totalmente comprometidos em manter a capacidade de Harvard de receber nossos estudantes e acadêmicos internacionais, vindos de mais de 140 países. Esta ação retaliatória ameaça causar sérios danos à comunidade de Harvard e ao nosso país, além de minar a missão acadêmica e de pesquisa da universidade”, afirmou Jason Newton, diretor de relações com a mídia da instituição.

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