A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) divulgou nesta segunda-feira (19), em suas redes sociais, um vídeo no qual solicita doações via Pix a seus seguidores para arcar com multas judiciais decorrentes de processos em que foi condenada. O apelo acontece poucos dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) sentenciar a parlamentar a 10 anos de prisão e ao pagamento de R$ 2 milhões por danos morais coletivos, em razão de seu envolvimento em um esquema de invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023.
“Essa é uma batalha por todos nós”, escreveu Zambelli na publicação. Ela afirma ter feito o pedido com o “coração apertado” e coragem para seguir “de cabeça erguida”. Segundo a deputada, ela não tem condições de quitar sozinha os valores das penalidades, algumas das quais já estão em fase de execução antecipada.
No vídeo, Zambelli nega ter cometido qualquer crime e volta a dizer que é vítima de perseguição política por parte do STF. Ela também menciona o episódio em que foi filmada armada perseguindo um homem nas ruas, na véspera do segundo turno das eleições de 2022, caso pelo qual foi condenada por porte ilegal de arma.
A deputada afirma ainda ser alvo de mais de 20 processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), relacionados à disseminação de fake news. “Semana passada, paguei uma multa de R$ 44 mil. Meu pai teve que vender o carro para me ajudar”, relatou.
Condenação por invasão ao CNJ
A condenação mais recente de Zambelli, decidida por unanimidade pela Primeira Turma do STF, diz respeito à invasão dos sistemas do CNJ em janeiro de 2023. De acordo com denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), a parlamentar foi a mentora intelectual do ataque cibernético, que resultou na emissão fraudulenta de um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Segundo a Polícia Federal, a ação foi executada pelo hacker Walter Delgatti Neto, que confessou ter agido sob orientação direta de Zambelli. Ele afirmou que recebeu da deputada um texto a ser inserido no sistema e pagamentos que somam pelo menos R$ 13,5 mil. A PF também apontou que o hacker utilizou credenciais falsas para acessar os bancos de dados do Judiciário.
A decisão do STF prevê ainda a cassação do mandato de Carla Zambelli, a ser efetivada após o trânsito em julgado do processo, ou seja, quando não couberem mais recursos.
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