A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) se manifestou nesta quinta-feira (15) sobre sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu, por unanimidade, responsabilizá-la pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em pronunciamento à imprensa, Zambelli classificou o episódio como um “absurdo” e negou envolvimento direto na fraude.
“Não iria de forma alguma brincar de fazer invasão ao CNJ, brincar de mandar prender o Alexandre de Moraes, ainda mais assinado pelo próprio Alexandre de Moraes. É tão ridículo que realmente, como disse a ministra Cármen Lúcia e o ministro Alexandre de Moraes, seria burrice. Eu não colocaria meu mandato em risco por causa de uma brincadeira sem graça”, afirmou.
Condenada a dez anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça, Carla Zambelli diz que vai recorrer da decisão do STF e que não sobreviveria na prisão.
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— GloboNews (@GloboNews) May 15, 2025
A deputada foi condenada a 10 anos de prisão em regime inicialmente fechado, além de perder o mandato e ficar inelegível, conforme entendimento da Primeira Turma do STF. O hacker Walter Delgatti, apontado como executor da invasão, recebeu pena de oito anos e três meses, também em regime fechado. Ele já cumpre prisão preventiva.
A acusação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que Zambelli atuou como mandante do crime, tendo solicitado que Delgatti inserisse documentos falsos no sistema do CNJ, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. O objetivo, segundo a PGR, era desacreditar o Judiciário e estimular atos antidemocráticos.
Durante a coletiva, Zambelli também declarou que pedirá à Câmara dos Deputados que vote pela suspensão da ação penal, como foi feito anteriormente no caso do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). “O processo ainda não acabou. Este não é um momento triste para mim, mas de esperança e de fé”, disse.
A parlamentar afirmou ainda que, caso a prisão seja decretada, se apresentará voluntariamente, mas alegou sofrer de depressão e fazer uso contínuo de medicamentos. “Se acontecer de ter a prisão, vou me apresentar. Mas não me vejo capaz de ser cuidada da maneira como eu devo ser cuidada. Meus médicos são unânimes em afirmar que eu não sobreviveria na cadeia.”