O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou nesta terça-feira (13) a morte do ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, aos 89 anos. O líder uruguaio faleceu em Montevidéu em decorrência de um câncer no esôfago, diagnosticado em estágio avançado no início do ano.
De Pequim, onde cumpre agenda oficial, Lula prestou homenagem nas redes sociais ao ex-companheiro de militância e destacou a trajetória política e humana de Mujica. “Amanheci em Pequim com a triste notícia de que Pepe Mujica partiu hoje, nos deixando cheios de tristeza, mas também de muitos aprendizados. Sua vida foi um exemplo de que a luta política e a doçura podem andar juntas”, escreveu o presidente.
Lula ressaltou a relevância do uruguaio para além das fronteiras do país vizinho. “Sua grandeza humana ultrapassou o Uruguai e seu mandato presidencial. A sabedoria de suas palavras formou um verdadeiro canto de unidade e fraternidade para a América Latina”, afirmou. “E sua forma de compreender e explicar os desafios do mundo atual continuará guiando os movimentos sociais e políticos que buscam uma sociedade mais igualitária.”
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Lula e Mujica mantinham uma amizade próxima desde os anos 2000 e compartilhavam a defesa da democracia, da justiça social e dos direitos dos mais pobres.
“Em seus quase 90 anos de vida, Mujica combateu fervorosamente a ditadura que um dia existiu em seu país. Defendeu, como poucos, a democracia. E nunca deixou de militar pelo fim das desigualdades”, declarou Lula.
O presidente também enviou solidariedade à viúva de Mujica, a ex-senadora Lucía Topolansky, e aos familiares. “Que o amor que Mujica sempre distribuiu ao povo seja agora recebido de volta por Lucía, seus amigos e companheiros. E que o conforto chegue logo aos seus corações”, concluiu.
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Reconhecimento brasileiro
Em dezembro de 2024, durante visita oficial ao Uruguai, Lula reencontrou Mujica em sua chácara nos arredores de Montevidéu. Na ocasião, o presidente brasileiro se emocionou ao condecorá-lo com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta honraria concedida pelo Brasil a estrangeiros.
Na homenagem, Lula se referiu ao amigo como “a pessoa mais extraordinária” que conheceu e reforçou o vínculo entre ambos: “A gente não escolhe irmão. A gente não escolhe sequer a mãe. Mas um companheiro a gente escolhe”.