Preta Gil confirmou que dará continuidade ao seu tratamento oncológico fora do Brasil. Em um post no Instagram na noite dessa quarta-feira (7), a cantora — que trata um câncer no intestino desde 2023 — contou que irá se tratar nos Estados Unidos a partir da semana que vem.
“Passei a última semana internada no Hospital Sírio-Libanês sob os cuidados da minha amada equipe médica! Já estou em casa e sempre cercada pelos meus amores! Sigo aqui me fortalecendo para semana que vem começar uma nova etapa do meu tratamento nos Estados Unidos!”, anunciou.
Há um mês, a artista já havia contado, durante o programa Domingão com Huck, da Globo, que sua chance de cura estava no exterior. “Sou grata por poder passar por tudo isso recebendo o tratamento com dignidade. Estou entrando em uma fase difícil. No Brasil, já fizemos tudo o que podíamos, agora minha chance de cura está no exterior, e é para lá que eu vou”, afirmou Preta, na ocasião.
“Então a gente tem que buscar alternativas. Alternativas em países diferentes, com tipos de estudos diferentes, ensaios diferentes ainda não publicados ou publicados, drogas que ainda não chegaram ao Brasil”, disse na época.
Em dezembro do ano passado, Preta passou por uma cirurgia que durou 21 horas para a retirada de tumores espalhados pelo corpo: dois tumores nos linfonodos, um nódulo no ureter e metástase no peritônio (membrana que protege os órgãos abdominais). Pouco antes, a artista já havia viajado para os Estados Unidos, orientada por sua equipe médica, para consultar médicos americanos e conhecer possibilidades de tratamento no exterior.
Mas como é o tratamento experimental?
Preta também já havia contado no Fantástico que fará um tratamento experimental nos Estados Unidos, mais especificamente em Nova York. Em dezembro do ano passado, a cantora foi submetida a uma cirurgia de 21 horas e retirou parte do seu aparelho digestivo e de seu sistema linfático. Na ocasião, ela retirou seis tumores, fez uma peritonectomia e quimioterapia intraperitoneal.
De acordo com a oncologista Patrícia Maira Torres Costa, o tratamento cirúrgico da artista foi muito agressivo. “É uma cirurgia muito difícil e que só fazemos em pacientes selecionados. Digamos que ainda não está nas rotinas de tratamento. Então ele é feito só em pessoas super selecionadas, que é o caso da Preta Gil, que tem condições físicas de ter uma boa performance, e também condições financeiras porque esse tratamento causa, além de muita toxicidade, também desnutrição. O paciente precisa estar muito preparado para conseguir sobreviver a ele”, afirma.
Segundo a especialista, o tratamento que Preta fará nos Estados Unidos ainda não está aprovado para esse fim. “Existem tratamentos experimentais para várias doenças. E quando esse tratamento é experimental, ele deve ser administrado para o paciente, feito para aquele paciente diante de estudos clínicos, ou seja, o paciente vai participar de um estudo clínico, que é provavelmente o que a Preta Gil vai fazer”, esclarece a médica.
“Na verdade, quando pensamos em câncer de intestino, nos outros tumores, avaliamos as mutações que esse tumor tem para a gente ver tratamentos direcionados. Hoje temos a medicina de precisão, a medicina personalizada… Não sei se no caso da Preta Gil ela tem alguma mutação acionável, ou seja, preditiva, que é uma mutação que possa ter algum tratamento que seja efetivo. Mas ela deve fazer porque existem várias drogas novas saindo, inclusive imunoterapia para quem não tem estabilidade de microssatélite (biomarcador que indica o quão estável é o DNA de uma célula)”, explica.
Drogas novas
De acordo com a oncologista, existem drogas novas e provavelmente serão esses medicamentos que Preta Gil usará. “Mas como a Preta disse, esse medicamento está em fase final de estudo, então, provavelmente, ela pode usar essa medicação também sem ser no estudo, porque, às vezes, essa medicação já é aprovada para outras patologias”, explica.
“Porque o que não se pode é usar o remédio que já mostrou que não tem eficácia nenhuma ou que tem muita toxicidade. Então, provavelmente, é um remédio que já tem eficácia comprovada, mas que ainda não tem uma aprovação. Por isso ainda é experimental. Para isso, tem que ir para outro país, precisa ter condições financeiras. E como ela mesma disse na entrevista, ela tem esse privilégio, porque, infelizmente, nem todo paciente tem e, principalmente, se os pacientes estão no SUS, onde é muito mais difícil o acesso”, afirma.