A eleição do norte-americano Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV, aos 69 anos, começa a responder às dúvidas sobre os rumos da Igreja Católica após a morte do Papa Francisco. Conhecido por sua agenda inclusiva, Francisco havia deixado em aberto se a Igreja seguiria avançando em temas sociais ou retomaria um viés mais doutrinário e conservador.
Leão XIV é considerado por membros do colégio de cardeais como uma figura de perfil moderado. Sua atuação no Peru, onde foi bispo em Chiclayo, destacou-se por uma postura acolhedora, especialmente com imigrantes venezuelanos. Ele também manifestou posicionamentos críticos à política migratória do presidente dos EUA, Donald Trump, questionando a retórica anti-imigrante em declarações públicas.
Na pauta ambiental, o novo pontífice é alinhado ao legado de Francisco. Ele compartilha a visão de que a preservação ambiental deve estar integrada a questões sociais, em linha com a encíclica Laudato Si’, apresentada por seu antecessor.
Postura em relação a temas sociais
Apesar da imagem de equilíbrio, Leão XIV já se posicionou de forma conservadora em questões como direitos LGBTQIA+ e igualdade de gênero. Em um discurso de 2012, referiu-se à homossexualidade como “estilo de vida” e falou sobre a “simpatia por crenças e práticas em desacordo com o evangelho”.
Quando atuava no Peru, manifestou oposição a um plano educacional que tratava de identidade de gênero, alegando que o conteúdo era confuso e promovia a ideia de “gêneros que não existem”. Também se posicionou contra a ordenação de mulheres como diáconos, defendendo a tradição eclesiástica vigente.