Desde a morte do Papa Francisco, em 21 de abril, as discussões sobre quem será o próximo líder da Igreja Católica se intensificaram. Além das especulações sobre o futuro Pontífice, surgiram dúvidas sobre aspectos menos conhecidos da rotina papal, como a remuneração do cargo. Afinal, o Papa recebia salário?
Durante seu pontificado, Francisco, conhecido pela postura avessa a luxos, afirmou que não recebia um valor fixo. Em 2023, no documentário Amém: Perguntando ao Papa, o líder religioso explicou como funcionava sua rotina de sustento: “Quando preciso de dinheiro para comprar sapatos ou algo assim, eu peço. Não tenho um salário, mas não me preocupo com isso, pois sei que serei alimentado de graça”, disse, em tom descontraído.
Embora exercesse também o papel de chefe de Estado, Francisco seguia os princípios da Companhia de Jesus, ordem religiosa à qual pertencia, que exige voto de pobreza. Mesmo fora dessa tradição, papas historicamente não recebem salários formais. Em 2001, o Vaticano já havia esclarecido que João Paulo II também não recebia pagamento regular.
Durante o período como Pontífice, moradia, alimentação e demais despesas eram custeadas pela Santa Sé. Além disso, o Papa é responsável por administrar um fundo destinado a ações e instituições de caridade.
Conclave começa após funeral de Francisco
Com o funeral realizado em 26 de abril, a Igreja entra agora na fase do conclave — cerimônia que reunirá os cardeais para eleger o novo Papa. O processo tem início nesta quarta-feira (7), após o período chamado Sé Vacante, intervalo estabelecido para garantir a presença de todos os cardeais com direito a voto. Atualmente, o Colégio Cardinalício é composto por 135 cardeais com menos de 80 anos, incluindo sete brasileiros.
Ritos após a morte do Papa
A confirmação oficial da morte do Papa segue protocolos estabelecidos pela tradição católica. O camerlengo — autoridade responsável pela administração do Vaticano durante a Sé Vacante — chama três vezes o nome de batismo do Pontífice. Sem resposta, toca sua testa com um pequeno martelo prateado, declarando em latim: “Vere Papa mortuus est” (“De fato, o Papa está morto”).
Após o falecimento, o apartamento papal é esvaziado e lacrado com cera. O Anel do Pescador, símbolo do poder papal, é destruído em cerimônia reservada, indicando o fim do pontificado. Cabe também ao camerlengo, atualmente o cardeal Kevin Joseph Farrell, supervisionar esses procedimentos.
