O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, afirmou, nesta terça-feira (6), que o ressarcimento de aposentados e pensionistas que tiveram valores descontados indevidamente será feito exclusivamente por meio da conta onde o benefício é pago. Segundo ele, o repasse ocorrerá em uma folha suplementar, sem necessidade de ação por parte dos segurados.
“Será via benefício, na mesma conta onde a pessoa já recebe. Não haverá PIX, depósito separado nem saque em banco. É importante que ninguém aceite ajuda, clique em links ou forneça dados”, alertou Waller, em entrevista à rádio CBN.
O aviso busca conter uma nova onda de golpes, já que criminosos têm se passado por representantes do INSS para tentar enganar vítimas da fraude.
O plano de ressarcimento, segundo o presidente, ainda está em fase final e deve ser concluído nos próximos dias. O pagamento, no entanto, ainda não começou. A estimativa é que cerca de 4,1 milhões de beneficiários tenham sido afetados pelo esquema, que pode ter causado um prejuízo de até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
As investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União apontam que entidades sindicais cadastravam aposentados sem autorização e cobravam mensalidades diretamente do benefício.
Em alguns casos, um mesmo beneficiário foi registrado por mais de uma entidade no mesmo dia, com a anuência de servidores que teriam recebido propina para liberar os descontos.
A crise provocou a saída do então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, acusado de omissão. Ele teria sido alertado sobre as irregularidades ainda em junho de 2023, mas demorou quase um ano para agir. O ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, indicado por Lupi, também foi demitido e é alvo de investigação da Polícia Federal.
