Cotado para ser o novo papa, Mario Grech defende inclusão de LGBTQIA+, divorciados e mulheres na Igreja

Cotado para ser o novo papa, Mario Grech defende inclusão de LGBTQIA+, divorciados e mulheres na Igreja

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto

Reprodução/CNS/Paul Haring

Publicado em 06/05/2025 às 20:10 / Leia em 2 minutos

Com a proximidade do Conclave que elegerá o novo papa, o cardeal maltês Mario Grech, de 68 anos, surge como um dos nomes mais cotados para suceder Francisco. Considerado próximo ao pontífice argentino, Grech é apontado como herdeiro natural da agenda reformista que marcou o último papado.

Secretário-geral do Sínodo dos Bispos desde 2020, Grech teve papel central na condução da consulta global que mobilizou católicos em todos os continentes para debater temas como o papel dos leigos, a participação das mulheres e o acolhimento à comunidade LGBTQIAP+. O processo sinodal, uma das maiores inovações do pontificado de Francisco, foi também alvo de resistência entre setores mais conservadores da Igreja.

Alinhado ao espírito de abertura promovido por Francisco, Grech apoiou a recente decisão do Vaticano que permite a bênção a casais do mesmo sexo. À imprensa de Malta, classificou as críticas como “uma tempestade em copo d’água”.

Em outro ponto sensível para a hierarquia eclesial, Grech também demonstrou abertura ao debate sobre o papel das mulheres. Ele já declarou que o “diaconato feminino e um espaço diferente para as mulheres na Igreja” são “um aprofundamento natural da vontade do Senhor”.

Nascido na pequena vila de Qala, na ilha de Gozo, em Malta, Mario Grech iniciou sua trajetória com posturas mais conservadoras. Ao ser nomeado cardeal por Francisco em 2020, declarou: “Venho de uma paróquia muito, muito pequena”. Ainda como bispo de Gozo, em 2017, adotou diretrizes pastorais que permitiram a comunhão de católicos divorciados e recasados, medida considerada progressista dentro da Igreja.

Apesar da postura reformista, Grech evita confrontos diretos. “A Igreja não é uma democracia, é hierárquica”, afirmou em entrevista à rede católica EWTN. “Mas entendo quem tem dúvidas e medos. Eu também tenho os meus.”

A atuação de Grech o coloca entre os cardeais com perfil conciliador e espírito sinodal, características vistas como importantes para conduzir a Igreja diante dos desafios do século XXI.

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