Enfermeira, escritora e primeira ialorixá imortal da Academia de Letras da Bahia: Mãe Stella de Oxóssi faria 100 anos nesta sexta

Enfermeira, escritora e primeira ialorixá imortal da Academia de Letras da Bahia: Mãe Stella de Oxóssi faria 100 anos nesta sexta

Redação Alô Alô Bahia

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Mário Cravo Neto

Publicado em 02/05/2025 às 13:21 / Leia em 2 minutos

Maria Stella de Azevedo Santos, mais conhecida como Mãe Stella de Oxóssi, completaria 100 anos nesta sexta-feira (2). Ela foi a primeira ialorixá eleita por unanimidade para a Academia de Letras da Bahia e publicou nove livros, entre eles “Meu tempo é agora” e “Òsósi – O Caçador de Alegrias”.

Estudiosa e divulgadora das crenças religiosas africanas, a ialorixá recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) em 2005. Quatro anos depois, a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) concedeu a mesma honraria à sacerdotisa.

Mãe Stella morreu aos 93 anos, em dezembro de 2018, depois de ficar cerca de 15 dias internada em um hospital de Santo Antônio de Jesus, para tratar uma infecção urinária. A doença provocou um quadro de insuficiência renal crônica associada a hipertensão arterial sistêmica.

Formada enfermeira, profissão que exerceu por três décadas, lutou decididamente pelo resgate da cultura afro-brasileira e contra o racismo. Montou no Ilê Axé Opô Afonjá o primeiro museu aberto em uma casa de candomblé, onde podem ser vistas roupas e objetos de culto. Pregava respeito mútuo e convivência pacífica entre todas as religiões para que as pessoas se aproximassem pela fé.

Para o antropólogo Vilson Caetano, o legado de Mãe Stella é inquestionável, principalmente em relação à luta contra o sincretismo: “Ela foi, sem dúvida, um divisor de águas na história do candomblé pela inteligência, firmeza e determinação, sempre dialogando com temas da atualidade. Foi o caso da postura política em relação ao sincretismo. Ela foi a única ialorixá das que assinaram o manifesto antissincretista nos anos 90 que sustentou a posição até o fim”, lembra.

O pesquisador ainda acrescenta que Mãe Stella não precisou romper com a Igreja Católica por suas posições, dando mostras de uma diplomacia que ela herdou de Mãe Aninha e de Mãe Senhora, consciente que era da herança que carregava.

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