Morre Nana Caymmi, ícone da MPB, aos 84 anos

Morre Nana Caymmi, ícone da MPB, aos 84 anos

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto

Reprodução/Redes sociais

Publicado em 01/05/2025 às 19:10 / Leia em 3 minutos

A cantora Nana Caymmi morreu nesta quinta-feira (1º), aos 84 anos, no Rio de Janeiro. Internada há nove meses na Casa de Saúde São José, na Zona Sul da cidade, a artista havia passado por um cateterismo e pelo implante de um marcapasso.

Nana havia passado seu aniversário de 84 anos, nesta terça-feira (29), já em estado delicado de saúde, quando passou por reposição de glicose e teve medicação ajustada pelos médicos.

Ela deu entrada na Clínica São José, em Botafogo, Zona Sul do Rio, em agosto do ano passado, diante de um quadro de arritmia cardíaca. Durante a internação, passou por cateterismo e traqueostomia.

“O Brasil perde uma grande cantora, uma das maiores intérpretes que o Brasil já viu, de sentimento, de tudo. Estamos todos realmente muito tristes, mas ela passou nove meses de sofrimento intenso dentro de hospital”, comunicou Dori Caymmi, irmão de Nana.

Filha mais velha do compositor Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, Nana nasceu em abril de 1941, no berço de uma das famílias mais influentes da música popular brasileira. Seu nome de batismo era Dinahir Tostes Caymmi.

Aos 19 anos, casou-se com o médico venezuelano Gilberto José Aponte Paoli, com quem teve duas filhas, Stella Teresa e Denise Maria. Já no início da carreira musical, gravou “Acalanto”, canção composta por seu pai para ela ainda criança, e lançou seu primeiro disco solo em 1960.

Após uma temporada de quatro anos em Caracas, Nana retornou ao Brasil com as filhas e grávida do terceiro filho, João Gilberto, fruto de seu relacionamento com o cantor homônimo.

Em 1966, venceu o Festival Internacional da Canção com uma interpretação marcante de “Saveiros”, de Dori Caymmi (seu irmão) e Nelson Motta.

No ano seguinte, se apresentou no Festival de Música Brasileira da TV Record ao lado do então marido Gilberto Gil, com a música “Bom Dia”.

Na década de 1970, seguiu em turnês com o irmão Dori por países como Uruguai e Argentina. Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, Nana Caymmi eternizou em sua voz músicas de Tom Jobim, Milton Nascimento, Vinicius de Moraes, entre outros nomes centrais da MPB.

Em 1998, conquistou um Disco de Ouro com a canção “Resposta ao Tempo”, de Cristóvão Bastos e Aldir Blanc, tema de abertura da série “Hilda Furacão”, da TV Globo.

Polêmicas

Nos últimos anos, Nana Caymmi também ganhou atenção por seu posicionamento político. Em 2019, se declarou publicamente apoiadora do então presidente Jair Bolsonaro, criticando abertamente artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque e a própria sobrinha, Alice Caymmi.

Em entrevista ao jornal O Globo, em 2021, Nana reclamava ter sido “mal interpretada e jogada às trevas” por causa das declarações simpáticas ao ex-presidente.

Questionada sobre o cancelamento nas redes sociais, respondeu: “Se quiser me cancelar, cancela. Não deixei de comer por causa disso. Achei até engraçado, uns iam jogar meus discos fora, outros me quiseram morta. No Brasil, você não pode ter opinião, você é malhado feito Judas. Infelizmente, aqui é gado, tem que ir um cheirando o rabo do outro. A internet deu vazão à frustração, a pessoas sem o menor gabarito que condenam outras à morte.

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